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Petro de Luanda perde em casa com TP Mazembe

Betumeleano Ferrão

O curto circuito do TP Mazembe cortou sábado a energia do banco de suplentes liderado por Alexandre Santos, no confronto da segunda "mão" dos quartos-de-final da Liga de Clubes Campeões Africanos, disputado no Estádio 11 de Novembro, em Luanda. A equipa angolana perdeu por 1-2 e está eliminada da competição.

07/04/2024  Última atualização 09H33
Tristeza tomou conta dos atletas dos petrolíferos ontem no final do jogo dos quartos-de-final © Fotografia por: Agostinho Narciso | Edições Novembro

Sem a energia necessária, o treinador petrolífero demorou a perceber que, nos derradeiros vinte minutos, a equipa estava a perder no relvado. A ganhar por 1-0, o campeão nacional colocou-se a jeito na fase decisiva da eliminatória, perdeu o controlo total do jogo, motivo por que consentiu dois golos quase seguidos e determinantes para a dolorosa eliminação. As meias-finais pareciam estar na próxima esquina.

Mal a ler o jogo a partir do banco, Alexandre Santos deixou-se levar no calor da emoção, foi enérgico ao reagir contra decisões do árbitro, mas ficou apático na hora de fazer as correcções necessárias para devolver a equipa ao jogo. Quando trocou Jarede por Carlinhos, retirou a lenha acesa que intimidava a defesa do TP Mazembe.

A partir desta sucessão de acontecimentos, tudo o que aconteceu, acabou por ser previsível. A águia do Congo enxergou a qualificação do alto da sua vasta experiência. Guardou o melhor para o fim e soube escolher os momentos certos para matar o jogo.

Na segunda parte, o Petro, além de criar muito pouco, ainda teve o azar de falhar a única oportunidade de golo criada em toda a etapa complementar.

Sim, é verdade. Se Tiago Azulão tivesse ampliado a abrir a segunda parte, a história do jogo teria sido escrita com as cores tricolores. Antes do capitão/goleador mergulhar para falhar, aconteceu algo muito mais grave: o falhanço clamoroso de Tshikomb que privou o TP Mazembe do empate, antes de terminar a compensação da primeira parte. Mesmo [re]confortado pelos colegas, o vilão não tinha forças para permanecer de pé, tentou enfeitar para fazer um golo de placa e chutou fora.

O 2-0 desperdiçado por Tiago Azulão coincide com o que privou o Petro dos golos necessários para ganhar o jogo e a eliminatória. Aos 10’,Toro,com assistência aérea de Tiago Azulão, tentou ajeitar para rematar colocado, mas a bola  mudou de direcção para a tristeza de quem já se preparava para o festejo de 1-0. Sem se deixar abater, a equipa tricolor espalhou diferentes iscas tácticas que prenderam a águia do Congo.

O 1-0 apontado por Toro foi precedido de algo curioso: ele queria fazer o lançamento lateral, mas deixou que Eddie Afonso se encarregasse de arremessar a bola. Tiago Azulão ganhou de novo nas alturas para assistir ao Toro, que à segunda se redimiu com competência. O remate certeiro fez o Petro sonhar com as meias-finais até ao minuto 82’, quando o castelo de esperança do campeão nacional começou a desmoronar mais rápido do que o feito com o baralho de cartas.

Além de não conservar a posse de bola, arremesso lateral consentido, o Petro também deixou o TP Mazembe dar todos os toques que quis dar na bola, com tranquilas trocas de passe. Como a sorte protege os audazes, até na hora do remate de Kinzumbi, a bola embateu no pé errado e traiu Hugo.

O Petro seguiu o seu instinto de sobrevivência. Hugo subiu para tirar partido dos quase 2 metros e ninguém contrabalançou com falta a baliza deserta. Houve sim, a oportunidade de matar a jogada ainda nas cercanias da área do TP Mazembe. Como não aconteceu, Beya só teve de empurrar para a reviravolta da qualificação.


REAÇÕES

Lamento de Alexandre e satisfação de Lamine

O treinador do Petro de Luanda, Alexandre Santos, lamentou a derrota caseira de 1-2 e a consequente eliminação da equipa da Liga dos Campeões de África, na recepção ao TP Mazembe, ontem, no Estádio Nacional 11 de Novembro, referente à segunda mão da prova.

"Eles [TP Mazembe] estão de parabéns, porque nas duas mãos conseguiram fazer mais para passar. Tínhamos de ser mais eficazes, principalmente naquele momento em que nos deram mais espaço para contra-atacar às costas do adversário. Tivemos duas oportunidades e não conseguimos", lamentou.

Lamine N'diaye, treinador da formação congolesa, não escondeu a satisfação por cumprir com o objectivo traçado: "No primeiro jogo, não tivemos a vitória, mas conseguimos boas oportunidades, porém, jogámos bem. E nesse encontro, primamos por um sistema de ataque e é assim que tivemos um bom resultado. Ontem, fomos claros na conferência de imprensa que viemos aqui para ganhar o jogo", referiu.

Marcial Batunina



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