O campeão nacional vai procurar mostrar na competição interna o elevado nível competitivo que lhe permite estar entre os melhores do futebol africano.

Face à boa prestação na Liga dos Clube Campeões, é ponto assente que os tricolores não podem trocar a ordem de prioridade, porque têm um único foco: o Campeonato Nacional. Os olhos da equipa estão centrados nos três pontos. Ela não pode se esquecer da empreitada que tem pela frente, precisa de tempo para de recuperar fisicamente para o jogo de sábado com o Étoile, para o encerramento da fase de grupos da Champions.

Os tricolores têm jogos em atraso, o que significa que a tal energia para vencer que tanto apregoam tem de se tornar realidade com os maquisardes.

Desperdiçar pontos é tudo, menos uma atitude sensata para quem está a correr atrás da liderança da prova.

Mesmo se estivesse no comando do campeonato, ainda assim, seria necessário que mantivesse o passo acelerado para se distanciar dos perseguidores. A realidade com os maquisardes obriga a outro tipo de abordagem, pois os tricolores têm de tirar toda a qualidade do seu vasto reportório para evitar o desperdício caseiro.

O FC Bravos do Maquis lançou foguetes antes do Natal e as consequências não demoraram a aparecer. A classificação não é digna de um candidato ao título, por isso, a ambição do título é coisa para esquecer, pelo menos, nesta época. Não é por causa do iminente fracasso no Girabola que têm de ficar com medo da glória africana do campeão nacional, muito pelo contrário, devem provar que estão presentes.

A precisar de aparecer com os grandes, para apanhar balanço rumo ao futuro, os comandados de Mário Soares têm de ir ao 11 de Novembro para conquistar mais do que uma vitória moral. Não precisam de ter medo dos tricolores, têm de sair do esconderijo, por mais que estejam longe da qualidade individual e colectiva do adversário, remeter-se à defesa é aceitar o óbvio.

Se quiser aumentar as possibilidades de sucesso, o Bravos do Maquis tem de aceitar o risco de puxar o Petro de Luanda para o jogo. Quanto mais atiçar o espírito de competição, menos hipóteses os tricolores terão de recorrer ao expediente da gestão de esforço, que nos últimos jogos do Girabola se tornou sua imagem de marca, ou seja, tentam resolver rápido para depois deixar o tempo passar.

Igualmente para o dia de hoje, está agendado o jogo Desportivo da Huíla-Desportivo da Lunda-Sul, às 15h00, no Estádio Tundavala. Trata-se de uma partida que vale o que vale, já que envolve o líder da prova, para quem o compromisso passa por somar pontos atrás de pontos e manter a passada que leva.

Aqui o único senão que se coloca é o facto de os lundas jogarem fora do seu "habitat", o que pode, provavelmente, causar algum transtorno, já que, em regra, o os militares da Região Sul se apresentam nos seus domínios e procuram sempre causar embaraços às equipas de fora. Mas pode não ser o caso no confronto desta tarde.

Aliás, entre as equipas, do ponto de vista classificativo, existe um grande fosso, que privilegia a formação lunda. A diferença pontual entre elas é de sete pontos, sendo que o Desportivo da Lunda-Sul comanda o campeonato, com 25 pontos e o da Huíla se posiciona em sétimo, com 18 pontos.

Mas não obstante a isso, as equipas podem oferecer uma boa réplica de futebol, que venha agradar aqueles que acorrerem ao estádio e a outros acompanhantes à distância.