“Rosa Baila”, “Chikitita”, “Perdão”, dentre outros sucessos que marcam o percurso artístico de Eduardo Paím, serão apresentados amanhã, a partir das 19h30, no concerto comemorativo aos 60 anos natalícios do cantor e produtor.
Os escritores Agostinho Neto e António Jacinto são, hoje, às 10h, homenageados como “Poetas da Liberdade”, no Festival de Música e Poesia, que acontece no auditório do Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa, em Lisboa, Portugal.
A 15º edição da segunda temporada do projecto “Muzonguê do Ngoló” levou, no último, domingo, ao palco do Kinenu Club, no bairro Golfe, em Luanda, o quarteto de músicos Fiel Didi, Solange Candinho, Tony do Fumo e Lolito da Paixão, que durante quatro horas de música ao vivo fizeram vibrar os convivas.
A Banda Kinenu abriu a tarde de domingo, com músicas instrumentais, apresentando um repertório de 12 temas, com realce para "Nzambi”, de Calabeto, "Ndolo Ku Muxima”, "Chikité”, "A verdade é uma Palavra”, de Santocas, "Eza Kunguiambela”, de Mamukuenu, "Milela”, "Mexilião”, "Aubé”, "Didi Ngolé” e "Peixeira”.
Solange Candinho foi a primeira do quarteto a subir ao palco, tendo viajado nos sucessos de Dina Santos, "Anel”, Tino Dya Kimuezo, "Kibela Kiami”, Lourdes Van-Dúnem, "Uxidi” e "Reconciliação no Lar”, musicada pelo seu progenitor. Este tema levou à reflexão sobre os problemas que muitos casais enfrentam dentro do relacionamento.
Em "Mamã Kudilengo”, "Y ope Ze” e "Nossa Senhora da Muxima”, canções que obrigou o público a um pé de dança, no "Muzonguê do Ngoló”, Fiel Didi continuou a animar os "farristas” nos temas "Jitaua”, "Nona Ndengue” e "Jesusu”.
O ambiente da festa continuava, com a exibição de Tony do Fumo, ao fazer vibrar a plateia na interpretação de temas como "Etu Tosso”, "Kicola”, "Mecena”, "Kana kujiba Mukuenu” e "Kiezu yabu Kiá”.
Tony do Fumo, em palco, disse que o semba nunca vai "morrer”, porque continuará a ser bem representado. "Devemos continuar a preservar este estilo musical e a nova geração tem feito com eficiência o seu papel. Eu faço parte desta geração e continuarei a cantar o semba”.
O músico mostrou-se satisfeito por partilhar o palco com Fiel Didi, ao descrever que "é uma honra cantar com Fiel Didi, um ícone da música angolana e um defensor acérrimo do semba, música popular angolana”.
Para encerrar a actuação do quarteto, a responsabilidade foi de Lolito da Paixão, um artista residente no "Muzoguê do Ngoló”, que foi bastante aplaudido pelos presentes. Ao atingir o auge da actuação e satisfeito com a execução instrumental, o músico fez jus às canções "Sembele”, "Sakessa”, "António”, "Samba Kutala” e "Nzala ya Tula”.
O ambiente era de tamanha alegria e animação, que o pé de dança foi visível do princípio ao fim da actividade. A Banda Kinenu fechou o espectáculo, interpretando músicas da Orquestra Jovens do Prenda, com destaque para "Malamba Mami”, "Uaxixima” e "Jienda já Anami”.
Um
projecto ambicioso
Fiel Didi disse, à reportagem do Jornal de Angola, que foi a primeira vez que cantou no "Muzonguê do Ngoló”. "É um ambiente agradável, embora a sala seja pequena. Mas deu para animar os convivas, o projecto é ambicioso e espero que os promotores continuem a promovê-lo”.
O músico referiu, igualmente, que se precisa de mais projectos, como o "Muzonguê do Ngoló”, para preservar o semba, "porque senão pode morrer. E o que se quer é mais salas como esta em Luanda, e quiçá no país, em defesa do semba, como uma matriz cultural”. "O semba em Angola é tipo o samba no Brasil, jamais pode ser extinto. Por isso, devemos ser todos defensores deste estilo musical que nos caracteriza. Uma outra preocupação é reconhecê-lo, ou seja, torná-lo Património Imaterial da Humanidade”.
O músico Sondoca, convidado pelo promotor cultural Manuel Dias "Nelo Dias”, fez a diferença ao apresentar o talento que tem, na interpretação de dois temas, levando emoções aos convivas que dançavam com o artista em palco.
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