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Sporting e Benfica jogam hoje o tudo ou nada

Chegou a hora do tudo ou nada para Sporting e Benfica. Excessivo? Nem por isso. Os rivais de Lisboa voltam a encontrar-se hoje à noite para discutirem o título mais apetecível do calendário nacional.

06/04/2024  Última atualização 11H05
© Fotografia por: DR

Os leões partem em vantagem, com mais um ponto e um jogo a menos. Um triunfo permitir-lhes-á reservarem imediatamente a Rotunda do Marquês de Pombal para as inevitáveis comemorações do 20.º título de campeão da sua história.

Ao contrário, em caso de triunfo do Benfica, as águias arrombam o cofre e passam provisoriamente para a liderança a seis jornadas do fim da Liga Betclic, mas continuando a depender do rival.

O rugido do leão tem chegado mais longe e estes podem dar-se ao luxo de jogar para dois resultados (vitória e empate). Além disso, assinaram esta semana a passagem à final da Taça de Portugal, precisamente diante do Benfica, no Estádio da Luz.

E olhando para as duas realidades e para aquilo que têm feito durante a época, rapidamente se conclui que os leões têm uma almofada física, técnica e motivacional muito superior, incomparavelmente maior à do rival.

Apesar de tudo, um dérbi é sempre um dérbi e a estatística pode ser ultrapassada por uma dose extra de motivação de momento, aliás, como foi visível no jogo da Taça de Portugal em que apenas detalhes tiraram os encarnados da final da prova-rainha, naquele que foi o melhor jogo da temporada do Benfica.

Mas um jogo não apaga o resto. E o resto é muito. O Benfica é uma equipa que depende quase em exclusivo da inspiração das suas individualidades, uma equipa pouco agressiva na recuperação da bola, características que perdeu do ano passado para o actual.

Tudo isto combinado com um treinador, Roger Schmidt, que não se sente confortável em zonas de risco, mesmo quando se percebe que é indispensável não ficar a meio da ponte para mudar um jogo. Substituições para lá dos oitenta minutos são o "modus operandi” do treinador alemão.

Do outro lado está uma equipa de autor, com dinâmicas bem definidas, estudadas ao pormenor. Cada jogador sabe o que fazer em campo. Não há um canto, um livre, uma saída de bola desde a defesa que não tenha sido tratada no laboratório de Amorim.

É verdade que depois todos os caminhos vão dar a Gyokeres (que jogador!), mas a equipa preparou-se durante a época para actuar dessa forma. Mesmo quando não ganha, acaba por ser melhor em termos exibicionais do que os seus adversários. Este ano, apenas em três ocasiões, melhor, duas e meia, não conseguiu dominar o oponente.

Os exemplos mais recentes foram na última terça-feira contra o Benfica e em duas partes contra os italianos da Atalanta, uma ainda na fase de grupos e outra nos "oitavos” da Liga Europa.

De resto, só se tem ouvido o rugido do leão, que pretende colocar a cereja no topo do bolo o mais depressa possível e isso passa por vencer o rival do outro lado da Segunda Circular.

A estatística não deixa margem para enganos: os leões já ultrapassaram há muito a barreira dos 100 golos em todas as provas (são 121); os encarnados andam lá perto (96).

A nível interno, no forte de Alvalade, o Sporting só sabe ganhar (13 jogos, 13 vitórias). Em sentido inverso, longe da Luz, o Benfica soma nove vitórias, 2 empates e duas derrotas. Mais, contra os outros três do top 5 da liga portuguesa, só ganhou ao Braga – empatou com o V. Guimarães e perdeu com o FC Porto.

Nesta temporada, as águias ganharam a Supertaça e os leões qualificaram-se para a final da Taça. Mas na realidade o que interessa mesmo é o título de campeão nacional, que equivale a prestígio e dinheiro... muito dinheiro devido à presença na próxima edição da Liga dos Campeões, onde o campeão entrará directamente e o segundo classificado poderá ter de jogar um play-off de acesso à prova.

 

* Jornal O Jogo

Sérgio André*

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