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TPI denuncia ameaças à aplicação da Justiça

O Tribunal Penal Internacional (TPI) fez, ontem, um aviso aos "indivíduos que ameaçam represálias" contra o órgão ou aos seus funcionários, afirmando que estas acções podem constituir um "ataque à administração da Justiça".

04/05/2024  Última atualização 13H30
Karim Khan, procurador-chefe do TPI, está preocupado © Fotografia por: DR

Numa declaração divulgada na rede X, o gabinete do procurador-geral, Karim Khan, com sede em Haia, disse que procura "envolver-se de forma construtiva com todas as partes interessadas sempre que o diálogo for consistente com o seu mandato".

Khan alerta que "esta independência e imparcialidade são, no entanto, prejudicadas quando indivíduos ameaçam tomar represálias contra o Tribunal ou contra funcionários do Tribunal", no caso de decisões sobre investigações que se enquadrem no seu mandato.

"Tais ameaças, mesmo que não sejam cumpridas, podem constituir um ataque à administração da justiça" por parte do TPI, afirma o procurador, que apela para o fim imediato das "tentativas de obstruir, intimidar ou influenciar indevidamente os seus funcionários".

Os serviços de Khan não especificaram os autores das ameaças e se estavam ligadas a Israel e à guerra na Faixa de Gaza.

O TPI abriu uma investigação em 2021 sobre Israel, bem como sobre o Hamas e outros grupos armados da Palestina, por possíveis crimes de guerra nos territórios palestinianos.

Mais recentemente, estendeu as investigações "à escalada de hostilidades e violência desde os ataques de 07 de Outubro de 2023" perpetrados pelo Hamas em solo israelita.

Autoridades israelitas disseram ao New York Times que esperam que o TPI emita mandados de prisão contra membros do Governo - que podem incluir o Primeiro-Ministro, Benjamin Netanyahu, no seguimento das operações militares de Israel na Faixa de Gaza em resposta ao ataque do Hamas.

O Presidente israelita, Isaac Herzog, disse na quarta-feira que uma acusação contra autoridades do seu país pelo TPI representaria "um perigo para as democracias".

Netanyahu considerou por sua vez que a emissão de mandados de prisão teria como objectivo "ameaçar os líderes e soldados de Israel, essencialmente para paralisar a capacidade de Israel se defender".

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