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União Europeia pode ampliar missão militar em Moçambique

A Comissão Europeia decide, na próxima semana, o futuro da Missão de Treino da União em Moçambique (EUTM-MOZ), com a possibilidade de transformação do carácter táctico procedimental da missão, que, até agora, dota as Forças Armadas de capacidade operacional em acções contra o terrorismo, anunciou Josep Borrell.

09/04/2024  Última atualização 10H45
Efectivos da UE preparam membros das forças de reacção rápida para combaterem grupos terroristas em Cabo Delgado © Fotografia por: DR

"A missão de formação militar da UE em Moçambique está, actualmente, a passar por uma revisão estratégica do seu mandato, que expira em Setembro de 2024”, lê-se numa resposta escrita do Alto Representante para a Política Externa e de Defesa da UE, Josep Borrell, a uma pergunta colocada por um membro do Parlamento europeu, referindo que o mandato actual é treinar 11 forças de reacção rápida (QRF) a serem destacadas em Cabo Delgado.

Borrell disse que a EUTM-MOZ, liderada desde 2022 (mandato de dois anos) por Portugal, está a treinar a última QRF da Marinha moçambicana. "Através do Mecanismo Europeu para a Paz, a UE presta apoio às Forças Armadas moçambicanas com 89 milhões de euros para a aquisição de equipamento não letal para as unidades treinadas pela EUTM-MOZ, o que continuará ao longo deste ano”. Acrescentou que uma proposta sobre o futuro da EUTM-MOZ será discutida e aprovada pelos Estados-membros nas próximas semanas".

O ministro da Defesa moçambicano, Cristóvão Chume, manifestou, em 29 de Fevereiro, a convicção na continuidade da EUTM-MOZ, pedindo, também, armamento letal. "O programa vai continuar, porque as forças que estão no terreno precisam de ser refrescadas, além de que têm de partilhar as situações enfrentadas no teatro de operações, provavelmente para mudar algumas coisas", disse o ministro, em resposta à agência Lusa, após uma reunião, em Maputo, com a presidente do Comité Político e de Segurança da União Europeia, Delphine Pronk.

A EUTM-MOZ é constituída por um contingente de 117 efectivos, 65 dos quais portuguesas, que dão formação a 11 companhias de Forças Especiais de Moçambique, em Katembe (Maputo) e na província de Manica. "Partilhamos da ideia de que não basta simplesmente o apoio a Moçambique, na formação de militares, há necessidade, também, de provisão de equipamentos não letais", sublinhou o ministro.

Mais de 80 mortos num naufrágio em Nampula

Mais de 90 pessoas morreram, no domingo, num naufrágio, na província de Nampula, no Norte de Moçambique, avançou, ontem, o secretário de Estado da província, citado pela Lusa. Jaime Neto referiu que a embarcação saía do posto administrativo de Lunga, com destino à Ilha de Moçambique, tendo acidentado após algumas horas de navegação. As primeiras recolhas de informação, continuou, indicam uma sobrelotação.

"O barco levava cerca de 130 pessoas, mas não tinha capacidade para tal. Portanto, naufragou e morreram, pelo menos, 91 pessoas. Os corpos já foram reconhecidos”, declarou Jaime Neto, à Televisão de Moçambique (TVM). Segundo o responsável, as autoridades do posto administrativo de Lunga, a 189 quilómetros da cidade de Nampula (capital provincial), estão a fazer diligências para localizar pessoas que continuam desaparecidas.

"É uma situação complicada, e o posto administrativo de Lunga está a fazer algumas diligências para localizar mis passageiros”, disse. No entanto, em Pemba, dezenas de casas ficaram submersas, no sábado, após uma chuva intensa, no bairro de Mahate, arredores da capital provincial de Cabo Delgado.

"A chuva começou a cair durante a madrugada e, quando me levantei, estava tudo alagado, incluindo a nossa comida”, disse à Lusa Raimundo Taliki, 70 anos de idade, pai de cinco filhos que vive no bairro há 4 anos. As enxurradas afectaram pouco mais de 50 famílias, numa zona considerada pantanosa e de risco pelas autoridades.

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