Cultura

Vários locais culturais e históricos carecem de reabilitação urgente

Carlos Paulino | Menongue

Jornalista

Os 42 monumentos e sítios históricos controlados na província do Cuando Cubango, à excepção do Memorial à Vitória da Batalha do Cuito Cuanavale, registam um acentuado estado de degradação e carecem de obras urgentes de reabilitação para a preservação da história para as futuras gerações.

22/04/2024  Última atualização 10H08
Edifício principal da antiga cadeia colonial do Missombo © Fotografia por: Carlos Paulino | Edições Novembro

O chefe de Departamento do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, Gabriel Cassanga, explicou que destes monumentos e sítios históricos apenas cinco foram classificados como Património Nacional, nomeadamente o Memorial à Vitória da Batalha do Cuito Cuanavale, Triângulo do Tumpo, Antiga Cadeia de Repressão Colonial do Missombo, Túmulo do Rei Mwene Vunongue e o Forte de Menongue.

Gabriel Cassanga disse que numa primeira fase a instituição que dirige tem como prioridade a reabilitação urgente da Cadeia de Repressão Colonial do Missombo, Túmulo do Rei Mwene Vunongue e o Forte de Menongue, uma vez que se encontram actualmente em estado muito avançado de degradação e pelo seu valor histórico é importante que se comecem as obras de recuperação.

Fez saber que o Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos já apresentou várias propostas ao Governo Provincial do Cuando Cubango para a reabilitação destes três importantes monumentos e sítios históricos, mas até agora continuam a aguardar que haja disponibilidade financeira.  

Anunciou que neste momento o Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos está a fazer um levantamento para que as missões católicas do Sendje (no município do Cuchi), Santa Cruz (Rivungo), do Cuangar, Capico (Caiundo) e Mwondo (Cuelei) sejam elevados também a património nacional, tendo em vista que no período colonial desempenharam um papel preponderante na formação e assistência médica às populações do Cuando Cubango. 

Gabriel Cassanga recordou que constam também na lista dos monumentos e sítios históricos o cemitério de Menongue, rápidos do rio Cuebe, as ilhas de São Vicente, Tchinguanja e Liapeca, túmulo do rei Mucuva, as Pedras Brancas Sagradas de Vingulumanha e a sobreposta de Tchawanjamba, as montanhas do Malova, Livwe lya Nkula, Livwe lya Intumba Mbaku, bem como as quedas do Makulungungu e Tchitchalala.

Foram ainda identificadas como monumentos e sítios históricos a Sé Catedral, primeira repartição escolar de Menongue, Cemitério dos Reis, rápidos do Tchipuku, Forte Kandjema, Estreito do Kakima, pinturas rupestres de Bototo, Sandala Viti, o cemitério de campanha dos Heróis da Batalha do Cuito Cuanavale e o bairro Samaria.

Os cemitérios do Triângulo do Tumpo, Longa e Baixo Longa, missões evangélicas do Kunjamba e Xamavera, Memorial e Cemitério das Vítimas do Massacre de 31 de Outubro de 1914, no Cuangar, túmulo do rei Mpande, ilha do Cuangar, coutadas do Mbukuxu e Luiana, quedas do rio Lomba e Mupupa também estão catalogados como monumentos e sítios históricos.

Outros sítios históricos são a ilha dos Hipopótamos, Base Naval da Vila Nova de Armada, cemitério dos Sobas e dos primeiros portugueses que escalaram o Cuando Cubango, túmulo do primeiro rei dos Mbunza, Kasoia (local onde os lusos matavam os nativos), área turística do Calai, Damu-Damu e Tchitombwa.

Gabriel Cassanga defendeu que é necessário preservar todos estes monumentos e sítios para que as actuais e futuras gerações saibam da real história do país, em geral, e da província do Cuando Cubango, em particular.

Salientou que a reabilitação e ampliação destes locais históricos serão também uma mais-valia para atrair milhares de turistas nacionais e estrangeiros para a província, assim como arrecadar receitas para os cofres do Estado.

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