Em diferentes ocasiões, vimos como o mercado angolano reage em sentido contrário às hipóteses académicas, avançadas como argumentos para justificar a tomada de certas medidas no âmbito da reestruturação da economia ou do agravamento da carga fiscal.
O conceito de Responsabilidade Social teve grande visibilidade desde os anos 2000, e tornou-se mais frequente depois dos avanços dos conceitos de desenvolvimento sustentável. Portanto, empresas socialmente responsáveis nascem do conceito de sustentabilidade económica e responsabilidade social, e obrigam-se ao cumprimento de normas locais onde estão inseridas, obrigações que impactam nas suas operações, sejam de carácter legal e fiscal, sem descurar as preocupações ambientais, implementação de boas práticas de Compliance e Governação Corporativa.
O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Marcy Lopes, anunciou, há dias, que mais de meia centena de funcionários afectos ao organismo que dirige foram demitidos da função pública, acusados de má conduta. Dentre as várias formas, a extorsão aos cidadãos aparece no topo da lista das transgressões de serviços aos utentes, prática que provoca prejuízos aos cofres do Estado, revelou, igualmente, o político.
Confortados pela não existência de interpretações paralelas com pendor de negatividade, usando um discurso menos coloquial, o que os funcionários públicos ora demitidos faziam era criar engenharias para que o dinheiro destinado aos cofres do Estado caísse nas suas mãos, triste realidade que, entre outras classificações, pode ser classificada como acto de corrupção activa, abuso de confiança.
No contexto da realidade angolana em que a aspiração de todos - com as raras, mas aceitáveis excepções à regra-, é trabalhar numa instituição pública, os efeitos negativos de um cenário de demissão provoca estragos substanciais não só na esfera jurídica do prevaricador, como também do seu agregado.
Mais adentro das conclusões em torno do assunto, é pertinente uma circunstancial abordagem em torno da falta de ética na função pública, questão muitas vezes elevada a tema de seminários, colóquios, conferências e outras manifestações que visam à alteração do quadro e respaldar a necessidade de moralização da sociedade.
Reporta-se de oportuna importância recordar o processo doloroso de descoberta de corrupção maciça no estado sul-africano, por altura da reforma agrária, marcada pela constatação de que, no centro de acções de corrupção na função pública, quase sempre há um funcionário público, que não resistiu a alguma forma de suborno.
Claro que a materialização de actos de suborno pressupõe a presença de duas figuras: o que oferece e o que aceita. É, pois, justamente aí que entra a integridade como valor para os servidores públicos, enunciado que motiva esta abordagem numa perspectiva mais pedagógica, ou seja, um acto de dignidade.
A condição de servidor público é valorizada pelo sentido de qualidade. Servir é um acto de nobreza, que deve orgulhar todos que estão nesta condição que, em última instância, pode ser interpretada como um acto de chancelar a sobejamente conhecida e consumida máxima de Mahatma Ghandi: "Quem não vive para servir, não serve para viver.”
O valor maior da dignidade do servidor público passa, igualmente, pela razão de estar em posição única, entregar o rosto a desconhecidos, ter capacidade cognitiva para perceber as coisas através dos véus que cobrem os rostos dos cidadãos que, nos serviços públicos, procuram, apenas, a satisfação das suas necessidades e direitos.
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginA ideia segundo a qual Portugal deve assumir as suas responsabilidades sobre os crimes cometidos durante a Era Colonial, tal como oportunamente defendida pelo Presidente da República portuguesa, além do ineditismo e lado relevante da política portuguesa actual, representa um passo importante na direcção certa.
O continente africano é marcado por um passado colonial e lutas pela independência, enfrenta, desde o final do século passado e princípio do século XXI, processos de transições políticas e democráticas, muitas vezes, marcados por instabilidades, golpes de Estado, eleições contestadas, regimes autoritários e corrupção. Este artigo é, em grande parte, extracto de uma subsecção do livro “Os Desafios de África no Século XXI – Um continente que procura se reencontrar, de autoria de Osvaldo Mboco.
A onda de contestação sem precedentes que algumas potências ocidentais enfrentam em África, traduzida em mudanças político-constitucionais, legais, por via de eleições democráticas, como as sucedidas no Senegal, e ilegais, como as ocorridas no Níger e Mali, apenas para mencionar estes países, acompanhadas do despertar da população para colocar fim às relações económicas desiguais, que configuram espécie de neocolonialismo, auguram o fim de um período e o início de outro.
Trata-se de um relevante marco o facto de o Conselho de Ministros ter aprovado, na segunda-feira, a proposta de Lei dos Crimes de Vandalismo de Bens e Serviços Públicos, para o envio à Assembleia Nacional que, como se espera, não se vai de rogada para a sancionar.
A judoca angolana Maria Niangi, da categoria dos -70 kg, consegui o passe de acesso aos Jogos Olímpicos de Verão, Paris'2024, ao conquistar, sexta-feira, a medalha de ouro no Campeonato Africano de Judo que decorre na Argélia.
A representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Angola, Denise António, destacou, sexta-feira, em Luanda, a importância do Governo angolano criar um ambiente propício para a atracção de mais investidores no domínio das energias renováveis.
O Governo do Bié iniciou a montagem de um sistema de protecção contra descargas atmosféricas nos nove municípios da província, pelo elevado número de pessoas que morreram nas últimas chuvas, devido a este fenómeno, garantiu, sexta-feira, o governador Pereira Alfredo.
O artista plástico, João Cassanda, com a obra “Mumuíla Feliz”, e o escultor Virgílio Pinheiro, com a escultura “Piéta Angolana”, são os vencedores da 17.ª edição do Grande Prémio ENSA-Arte 2024, tendo arrebatado uma estatueta e um cheque no valor de seis milhões de kwanzas.
Nascido Francis Nwia-Kofi Ngonloma, no dia 21 de Setembro de 1909 ou 1912, como atestam alguns documentos, o pan-africanista, primeiro Primeiro-Ministro e, igualmente, primeiro Presidente do Ghana, mudou a sua identidade para Nkwame Nkrumah, em 1945, com alguma controvérsia envolvendo o ano de nascimento e o nome adoptado.
A batalha campal entre o Desportivo da Lunda-Sul e o Petro de Luanda atrai. hoje, às 15h00, o público da cidade de Saurimo para o Estádio dos Mangueiras, no jogo referente à 22.ª jornada do Girabola. O aguardado sexto embate mexe com apostadores mais valentes por se tratar do líder da competição com 44 pontos e o terceiro classificado, com menos um ponto: 43.
O embaixador de Angola na Côte D'Ivoire, Domingos Pacheco, reuniu-se, esta sexta-feira, em Luanda, com empresários e instituições angolanas, com os quais abordou questões de cooperação económica e de investimentos.