Por conta de algum ajuste da pauta aduaneira, concretamente relacionada com a taxação dos produtos de uso pessoal, nos últimos dias, a Administração Geral Tributária (AGT) esteve, como se diz na gíria, na boca do povo. A medida gerou uma onda de insatisfação e, sendo ou não apenas a única razão, foi declarada a suspensão daquela modalidade de tributação, nova na nossa realidade.
Persigo, incessante, mais um instante para privilegiar o sossego. Para a parte maior da raça humana, pondero tratar-se da necessidade que se vai evidenciando quando a tarde eiva as objectivas da vida. Rastos de águas passadas há muito direccionam o moinho para a preciosidade do tempo.
Depois do desfile da classe infantil e dos grupos da classe B, a partir de hoje, as atenções concentram-se nos preparativos do Desfile Central, a ter lugar amanhã, no “carnavalódromo” de Luanda, na Nova Marginal, num esforço que se quer perene, com as devidas inovações e adaptações, para a preservação da maior manifestação cultural de Angola.
É "Carnaval, não leve a mal”, como se diz em linguagem popular, parte do refrão de uma conhecida canção que espelha o momento que antecede e sucede a festa de Carnaval.
É verdade que, passados, exactamente, 46 anos desde à histórica primeira edição da festa do Entrudo, designada, naquela altura, de Carnaval da Vitória, as sucessivas edições conheceram importantes modificações em função dos vários contextos que Angola viveu.
Há quem se lembre e guarde, com nostalgia e ao mesmo tempo profundo agrado, os tempos em que o Carnaval arrastava, de facto, mais multidões do que qualquer outra manifestação cultural e desportiva.
Os grupos faziam, verdadeiramente jus ao "instrutivo” do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, segundo o qual era preciso que os conjuntos resgatassem o legado dos grupos antigos, tais como Cidrália, Invejados, associações que "mitificaram” figuras como a rainha Mamã Lalá, Cafuxi, mestre Desliza, apenas para mencionar.
Os grupos União Mundo da Ilha, União Operário Kabocomeu, União Kiela, União 10 de Dezembro, os extintos Feijoeiros de Ngola Kimbanda, Angola e Cuba, Avante FAPLA, entre outros, transformaram as ruas de Luanda e a Marginal em verdadeiras pistas de dança.
Hoje, há uma geração nova, grupos que se reinventaram, se adaptaram e, sobretudo, inovaram ao ponto de garantir a sobrevivência e continuidade das agremiações que existem até hoje. Urge estudar formas de manutenção da maior manifestação cultural do país, com iniciativas que sirvam para acautelar a componente económica e comercial, quer para dar auto-suciência aos fazedores do Carnaval, quer ainda para proporcionar ao Entrudo formas próprias de se impor na nossa sociedade, em pleno século XXI.
Acreditamos que os grupos de Carnaval e as instituições do Estado como o Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, a APROCAL, os grupos carnavalescos e outros parceiros estão conscientes dos actuais desafios que enfrenta a festa popular e serão capazes de forjar soluções consentâneas com a realidade.
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LoginEm diferentes ocasiões, vimos como o mercado angolano reage em sentido contrário às hipóteses académicas, avançadas como argumentos para justificar a tomada de certas medidas no âmbito da reestruturação da economia ou do agravamento da carga fiscal.
O conceito de Responsabilidade Social teve grande visibilidade desde os anos 2000, e tornou-se mais frequente depois dos avanços dos conceitos de desenvolvimento sustentável. Portanto, empresas socialmente responsáveis nascem do conceito de sustentabilidade económica e responsabilidade social, e obrigam-se ao cumprimento de normas locais onde estão inseridas, obrigações que impactam nas suas operações, sejam de carácter legal e fiscal, sem descurar as preocupações ambientais, implementação de boas práticas de Compliance e Governação Corporativa.
A ideia segundo a qual Portugal deve assumir as suas responsabilidades sobre os crimes cometidos durante a Era Colonial, tal como oportunamente defendida pelo Presidente da República portuguesa, além do ineditismo e lado relevante da política portuguesa actual, representa um passo importante na direcção certa.
O continente africano é marcado por um passado colonial e lutas pela independência, enfrenta, desde o final do século passado e princípio do século XXI, processos de transições políticas e democráticas, muitas vezes, marcados por instabilidades, golpes de Estado, eleições contestadas, regimes autoritários e corrupção. Este artigo é, em grande parte, extracto de uma subsecção do livro “Os Desafios de África no Século XXI – Um continente que procura se reencontrar, de autoria de Osvaldo Mboco.
O Festival Internacional de Jazz, agendado para decorrer de 30 deste mês a 1 de Maio, na Baía de Luanda, tem já confirmada a participação de 40 músicos, entre nacionais e estrangeiros, e o regresso da exposição de artes visuais com obras de 23 artistas plásticos, anunciou, sexta-feira, em conferência de imprensa, no Centro de Imprensa da Presidência da República, CIPRA, o porta-voz da Bienal de Luanda, Neto Júnior.
A judoca angolana Maria Niangi, da categoria dos -70 kg, consegui o passe de acesso aos Jogos Olímpicos de Verão, Paris'2024, ao conquistar, sexta-feira, a medalha de ouro no Campeonato Africano de Judo que decorre na Argélia.
A representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Angola, Denise António, destacou, sexta-feira, em Luanda, a importância do Governo angolano criar um ambiente propício para a atracção de mais investidores no domínio das energias renováveis.
O Governo do Bié iniciou a montagem de um sistema de protecção contra descargas atmosféricas nos nove municípios da província, pelo elevado número de pessoas que morreram nas últimas chuvas, devido a este fenómeno, garantiu, sexta-feira, o governador Pereira Alfredo.
Nascido Francis Nwia-Kofi Ngonloma, no dia 21 de Setembro de 1909 ou 1912, como atestam alguns documentos, o pan-africanista, primeiro Primeiro-Ministro e, igualmente, primeiro Presidente do Ghana, mudou a sua identidade para Nkwame Nkrumah, em 1945, com alguma controvérsia envolvendo o ano de nascimento e o nome adoptado.
Em quase toda parte da cidade de Luanda, bem como em outras cidades de Angola, é comum ver mototáxis circulando. Em busca de melhores condições de vida, Augusto Kalunga viu-se obrigado a se tornar um mototaxista, superando o preconceito de familiares e amigos para garantir o sustento da sua família e cobrir outras necessidades.