Em diferentes ocasiões, vimos como o mercado angolano reage em sentido contrário às hipóteses académicas, avançadas como argumentos para justificar a tomada de certas medidas no âmbito da reestruturação da economia ou do agravamento da carga fiscal.
O conceito de Responsabilidade Social teve grande visibilidade desde os anos 2000, e tornou-se mais frequente depois dos avanços dos conceitos de desenvolvimento sustentável. Portanto, empresas socialmente responsáveis nascem do conceito de sustentabilidade económica e responsabilidade social, e obrigam-se ao cumprimento de normas locais onde estão inseridas, obrigações que impactam nas suas operações, sejam de carácter legal e fiscal, sem descurar as preocupações ambientais, implementação de boas práticas de Compliance e Governação Corporativa.
A visita de Estado que o Presidente da República, João Lourenço, realizou à China e que termina hoje,representa, acima de tudo, a materialização do princípio de que a política é, de facto, um espaço dinâmico, heterogénio e aberto para todos, onde não existem amigos e inimigos permantes.
O sentido de permanente sugere o interesse de cada Estado de acordo com as suas necessidades e prioridades, de tempo em tempo, com vista a prossecução do fim último da actividade política, resumida na satisfação das necessidades da população. Nesta linha, cada país deve basear os seus princípios na consistência de modo a defender a legalidade, a Constituição e o supremo interesse nacional.
Define-se, pois, o interesse nacional, como um princípio de inclusão, que orienta a necessidade do interesse dever ser imputado a toda a Nação ou, pelo menos, a grande parte dela, de modo a superar os interesses de facção ou de grupo.
O que fica em jogo, com pendor permanente, é a acção nacional, para a qual os estados se dedicam, tendo em atenção os interesses que os ligam entre si, como membros da comunidade internacional, levando-os a conduzir actividades políticas externas, através do estabelecimento de contactos internacionais e reciprocidades.
Deste princípio, seja para a China, os Estados Unidos da América, Portugal, África do Sul, Rússia, Cuba, Brasil, do universo global, em que esteja virada a acção do Estado Angolano, convenhamos, visa a resolução de problemas ou a satisfação das necessidades de interesse comum ou recíproco.
O sentido final é a valorização das acções da teoria da reciprocidade de vantagens que, quando estimulada por uma boa acção, a retribuição, de modo geral é, igualmente, boa. Em outras palavras, algo bem feito para alguém, é retribuído na mesma intenção.
Depois da visita aos EUA, no mês de Novembro do ano passado, o Estadista angolano voltou à China, para reafirmar exactamente tudo quanto é descrito, que deve ser analisado nunca ostracisando os laços históricos entre os povos, bem como o valor da balança de activos e passivos.
Os indicadores sinalizam 150 milhões de dólares investidos pela China em Angola, em 2002. As trocas comerciais atingiram, em 2023, um volume de negócios de 24 mil milhões de dólares. 400 empresas chinesas investiram em Angola, numa perpectiva de criação de 100 mil novos empregos.
Esses dados, mais do que relevantes para classificar como necessária e oportuna toda a empreitada diplomática do Chefe de Estado angolano à China, são indicadores de que, salvo a ocorrência de uma hecatombe, Angola e China manter-se-ão ligadas pelas melhores e piores razões. Defendemos, por isso, que todas as abordagens em torno da relação entre as Repúblicas de Angola e da China sejam feitas com elevado sentido patriótico, advertência que, em nada pode ser compreendida como a imposição de clausura aos factores críticos, normais em qualquer relação, seja entre instituições, Estados, pessoas e etc.
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LoginA ideia segundo a qual Portugal deve assumir as suas responsabilidades sobre os crimes cometidos durante a Era Colonial, tal como oportunamente defendida pelo Presidente da República portuguesa, além do ineditismo e lado relevante da política portuguesa actual, representa um passo importante na direcção certa.
O continente africano é marcado por um passado colonial e lutas pela independência, enfrenta, desde o final do século passado e princípio do século XXI, processos de transições políticas e democráticas, muitas vezes, marcados por instabilidades, golpes de Estado, eleições contestadas, regimes autoritários e corrupção. Este artigo é, em grande parte, extracto de uma subsecção do livro “Os Desafios de África no Século XXI – Um continente que procura se reencontrar, de autoria de Osvaldo Mboco.
A onda de contestação sem precedentes que algumas potências ocidentais enfrentam em África, traduzida em mudanças político-constitucionais, legais, por via de eleições democráticas, como as sucedidas no Senegal, e ilegais, como as ocorridas no Níger e Mali, apenas para mencionar estes países, acompanhadas do despertar da população para colocar fim às relações económicas desiguais, que configuram espécie de neocolonialismo, auguram o fim de um período e o início de outro.
Trata-se de um relevante marco o facto de o Conselho de Ministros ter aprovado, na segunda-feira, a proposta de Lei dos Crimes de Vandalismo de Bens e Serviços Públicos, para o envio à Assembleia Nacional que, como se espera, não se vai de rogada para a sancionar.
O embaixador de Angola na Côte D'Ivoire, Domingos Pacheco, reuniu-se, esta sexta-feira, em Luanda, com empresários e instituições angolanas, com os quais abordou questões de cooperação económica e de investimentos.
Dois efectivos da Polícia Nacional foram, quinta-feira, homenageados, pelo Comando Municipal de Pango Aluquém, por terem sido exemplares ao rejeitarem o suborno no exercício das actividades, na província do Bengo.
Vasco Lourenço, um dos capitães de Abril que derrubaram a ditadura salazarista há 50 anos em Portugal, foi hoje recebido em Lisboa pelo Chefe de Estado angolano, João Lourenço, na qualidade de Presidente da Associação 25 de Abril.
A responsável pela Secção de Crimes contra o género da Polícia Nacional, Intendente Sarita de Almeida, realizou, quinta-feira, em Juba Central Equatorial State, no Sudão do Sul, um Workshop sobre Direitos Humanos e Protecção Infantil.