Opinião

…A vitória é certa!

Manuel Rui

Escritor

É sempre bom porque é bonito e é sempre bonito porque é bom. Aquelas palavras de ordem antigas de UM SÓ POVO E UMA SÓ NAÇÃO, pegaram de estaca. Lembro-me na cadeia do Aljube da polícia política portuguesa, sempre que possível tagarelarmos sobre o futuro. Que me lembre, nunca recordamos as conquistas desportivas. E foi rápido depois da Dipanda. Potência africana de basquetebol (o colono não era bom nisso e aqui não tem lusofonice).

21/03/2024  Última atualização 06H05
Agora, as meninas do andebol feminino são, novamente campeãs africanas. Lembro-me de uma vez em que saíram daqui com a cidade massacrada pelos sons da guerra. E trouxeram a vitória. O desporto é mais uma força feita de tantas forças que vão engrandecendo a nossa terra. Até os pássaros cantam e voam mais. As folhas verdes do milho dançam com o vento e os imbondeiros ficam em sentido a ouvir o Hino Nacional.

Agora chamam-nos potência regional emergente e "batem palmas as palmas das palmeiras”, como escreveu o poeta Tomás Vieira da Cruz. Foi difícil vencer tantos obstáculos, a meio de erros importados, como daquele cerimonial da passagem de testemunho do falecido Dos Santos para o actual Presidente. O apresentador repetia frases e parecia que não sairíamos dali nesse dia. Foi assim no antigamente dos cortejos que assustavam o povo. E tantos mais erros, mas chegamos aqui.

Estou a olhar para um artigo (tese) de Aida Pegado na revista MULEMBA, "ANGOLA COMO POTÊNCIA REGIONAL EMERGENTE. ANÁLISE DOS FATORES ESTRATÉGICOS.

No Quadro I – âmbito interno

Potencialidades

          O "Angolano” como potencial estratégico;

          Geografia;

          Localização geoestratégica;

          Recursos naturais;

          Produtor de petróleo;

          Abundância de recursos hídricos;

          Poder politico;

          Forças Armadas;

          Influência externa.

   Quadro II- Âmbito externo

Oportunidades

     *Expansão para novos mercados devido ao petróleo;

     *Acesso aos mercados da SADC;

     *Dupla projecção de poder na SADC e CEEAC:

     *Influência militar na região dos Grandes Lagos;

     *Papel de liderança na manutenção da paz e segurança no Golfo da Guiné;

     *Participação actuante nas instituições políticas multilaterais – ONU, EU, FMI,   BM, Unesco, PNUD, Unicef, UA, CPLP e outras;    

 *Recursos hídricos nacionais que constituem fontes energéticas para países terceiros;

*Diplomacia pública, fundamental para a prossecução dos objectivos da política externa.

Mas como não há bela sem senão, do lado direito vem as vulnerabilidades e as ameaçasque não vão caber aqui mas, de qualquer forma, são um leque sempre variável que pode mudar, agora os rios, a geografia e o subsolo, isso não muda, passe o meu angolanismo.

Mas o que me aflige é o aumento da dívida pública. O petróleo bruto (pois ainda se não refina, vende-se e compra-se), os diamantes, a substituição de importações com a produção de bens alimentares em agricultura extensiva que vemos em grandes fazendas, mesmo assim a nossa dívida aumenta.

O economista Eduardo Manuel entende que "o aumento da dívida pública deve-se ao facto de as receitas fiscais e outras receitas do Estado, não estarem a conseguir não só reduzir a dívida pública já existente, mas também honrar com os compromissos actuais que o Estado tem com os credores nacionais e internacionais.” Acrescenta que muitos investimentos feitos pelo Estado ainda não estão a gerar as receitas previstas.

Atente-se que a maka é global. Aquela senhora muito linda do FMI não para de fazer o mundo dançar a kizomba do juro…

Repare-se que Angola não é como os países antigos que arrecadaram dinheiro graças ao trabalho escravo dos impérios. Estamos a construir um sistema, isto é, um conjunto de estruturas sólidas que possam resistir ao tempo, ficarem para, a partir desse sistema, construirmos outras políticas e formas de vida melhores para o nosso povo.

Faltam as autarquias para controlarem os governos provinciais, por vezes, verdadeiros feudos que eu vivi e conheci, por exemplo no Lubango Nazarista.

É necessário uma diminuição na despesa pública e definição do salário mínimo, quem ganha mais é estimulado a produzir mais e contribuir para a melhoria da riqueza nacional. E também é preciso um controlo dos bancos em ordem a servirem melhor o país e o seu acumulado, merecer uma melhor atenção fiscal.

Na China correu tudo bem, parece. E o americano não gostou. As sentenças são como  caporroto. Beber pouco e às vezes fingir como eu fazia na União dos Escritores Soviéticos. Aqueles copázios de uma vez…corrompi o empregado que me servia e ele deitava água em vez de vodka, dasdrovia!

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Opinião