Economia

Agricultura avalia Estratégia de Segurança Alimentar

Yola do Carmo

A Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional do Governo de Angola está a ser analisada com parceiros nacionais e internacionais, com a finalidade de ser produzido um documento melhorado e capaz de dar resposta aos múltiplos desafios do país.

08/02/2024  Última atualização 12H48
Foto de arquivo do secretário de Estado para as Florestas, André de Jesus Moda © Fotografia por: DR
Na abertura do seminário de dois dias, iniciado ontem, em Luanda, o secretário de Estado para Florestas, André de Jesus Moda, disse que a visão do Governo é recolher mais subsídios no quadro das consultas até aqui efectuadas em todas as quatro regiões por que se dividiu o país.

Este seminário de ontem e hoje está a ser realizado com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), do Programa Alimentar Mundial (PAM), do Fundo das Nações Unidas para a Infância  (UNICEF), bem como do Programa de Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (FRESAN) da União Europeia, coordenado pela Embaixada de Portugal em Angola.

O programa vai estender-se até ao ano de 2030.

Segundo o secretário  de Estado  do Ministério  da Agricultura  e Florestas (MINAGRIF), no discurso de abertura do "Workshop de Revisão da 2ª  Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional”, foram implementados  pelo governo angolano Diálogos  Nacionais e Regionais  desde Julho de 2021, sob coordenação dos Ministérios da Agricultura, Pescas e das Relações Exteriores, com a facilitação das Agências das Nações Unidas.

Estes diálogos contribuíram na Cimeira  Mundial  sobre Sistemas  Alimentares, bem como na definição de um percurso que visa  transformar os sistemas alimentares do ano previsto na  agenda de 2030.

André de Jesus Moda explicou que os diálogos foram realizados em quatro regiões, designadamente Norte do país, com as províncias de  Cabinda, Zaire, Uíge, Bengo e Luanda; Centro, com as províncias do Cuanza-Norte, Malanje, Lunda-Norte, Lunda-Sul e Moxico; Centro Sul, com  Benguela, Cuanza-Sul, Huambo e Bié e Sul, com as províncias do Namibe, Huila, Cunene e Cuando Cubango.

Disse ainda que a realização  dos Diálogos Nacionais e Regionais de Sistemas Alimentares  e consultas  públicas da ENSAN II- Angola 2030, com  a participação  das diferentes  partes interessadas, mostrou uma  visão clara do Governo e dos actores nacionais em transformar o actual sistema alimentar em mais equitativa, sustentável, resiliente e saudável para todos em 2030.

"A nova estratégia prevê o estabelecimento do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SINASAN) e a instituição dos órgãos de coordenação, que irão garantir  a operacionalização territorial num ambiente  de leis e políticas favoráveis à Segurança Alimentar e Nutricional a nível nacional. E, para o cumprimento  desta estratégia, várias acções de sustentabilidade foram traçadas e algumas delas, passados dois anos, carecem de revisão e actualização”, justificou.

Visão da FAO

Por sua vez, a representante da FAO, Gherda Barreto Cajina, reiterou a importância significativa de abordar-se a desigualdade de género nos sistemas agro-alimentares, tendo reconhecido que a capacitação das mulheres não apenas reduz a fome, mas também impulsiona a economia e reforça a resistência a crises como as alterações climáticas.

Segundo Gherda Barreto, o compromisso com o MINAGRIF, aliado aos apoios técnicos da FAO, UNICEF, PAM e FIDA demonstra uma abordagem holística para garantir, que as estratégias não enfrentem as questões imediatas de segurança alimentar, mas também incorporem a promoção de igualdade de género em todas as etapas.

O objectivo da actualização é de promover um sistema alimentar sustentável no país, capaz de erradicar a fome, contribuir para a eliminação da pobreza, melhorar a nutrição, fortalecer cadeias de valor local, aumentar o consumo de alimentos produzidos de forma sustentável e assegurar a disponibilidade de produtos nutricionais.

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