Economia

Ambiente de negócios em Angola justifica novos investimentos da multinacional De Beers

Hélder Jeremias

Jornalista

O presidente da multinacional de mineração De Beers, Al Cook, afirmou, terça-feira, na Cidade do Cabo, que a razão fundamental para o regresso das operações da empresa sul-africana a Angola foi a significativa melhoria do ambiente de negócios, resultante das reformas implementadas pelo actual Governo.

07/02/2024  Última atualização 08H44
Presidente da De Beers, Al Cook, segundo a contar da direita, ladeado pelos presidentes dos Conselhos de Administração da ANRM e das empresas diamantíferas nacionais Endiama e Sodiam © Fotografia por: DR

Al Cook fez estas declarações após a assinatura de um memorando de entendimento entre a De Beers e a Agência Nacional de Recursos Minerais (ANRM), que marcou o início do Fórum Angolano de Negócios Mineiros, no âmbito da 30.ª edição da Conferência Internacional Mining INDABA, que decorre na África do Sul desde segunda-feira, 5, e que vai até amanhã.

O memorando estipula a busca por possíveis depósitos em todas as 18 províncias do país, após a assinatura dos acordos em 2022, que resultaram nas concessões de Lumboma (Lunda-Norte), com uma extensão de 9.701 quilómetros quadrados, e do Projecto Muconda (Lunda-Sul), que ocupa uma área de 9.984 quilómetros quadrados.

Além disso, a De Beers e a ANRM,  também, vão realizar acções conjuntas para o desenvolvimento da exploração semi-industrial de diamantes e implementação de programas para lidar com a questão dos diamantes sintéticos, entre outras.

"Os avanços em termos de transparência e governança, sob a liderança do Presidente João Lourenço e do ministro Diamantino Azevedo,  permitiram-nos retomar as actividades de exploração”, avançou o presidente da multinacional de mineração De Beers, Al Cook, antes de sublinhar   "estamos entusiasmados em trabalhar em Angola para aproveitar o imenso potencial mineral, visando o benefício das comunidades".

Por um lado, Al Cook comprometeu-se em prestar uma atenção especial à produção semi-industrial por meio de treinamento técnico para os seus operadores. "Isso inclui ensinar-lhes as melhores práticas para garantir a sustentabilidade da actividade e assegurar que sejam recompensados de maneira justa e merecida”, destacou.

"Vamos considerar a possibilidade de aplicar tecnologias avançadas para identificar novos depósitos comerciais de kimberlitos em Angola”, assegurou.

A cerimónia foi precedida pela assinatura de outro memorando de entendimento entre o Instituto Nacional Geológico e o seu homólogo na África do Sul, com quem estabelece uma parceria para a realização de estudos geológicos e a capacitação de profissionais de ambos os países.

 
Transição justa

Por seu turno, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, defendeu, ontem,  na Cidade do Cabo, a necessidade de os países africanos produtores de recursos minerais adoptarem uma agenda comum para combater os efeitos negativos de influências externas sobre a transição energética.

O titular da pasta do Mirempet, que discursava na abertura do Fórum Angolano de Negócios, começou por recordar que o continente africano é dos que mais carência de energia enfrenta, numa altura em que África se depara com forte pressão para a utilização de energias limpas em substituição das fósseis.

"Estamos de acordo com a transição energética, mas defendemos que deve ser um processo justo. Não podemos esquecer que todos os minerais são importantes para dar qualidade de vida às populações. Devemos procurar reduzir as emissões dos gases poluentes, sem comprometer as fontes de recursos para os nossos países", disse.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Economia