Opinião

Amor verdadeiro ou comércio?

Edna Cauxeiro

Quinta-feira, 1 de Fevereiro. A data marcava, oficialmente, o início do mês do amor.E da confusão.

11/02/2024  Última atualização 08H21

Todos os anos, no dia 14 de Fevereiro, várias relações se desfazem. Devia apenas ser uma data consagrada aos casais apaixonados, mas tornou-se na prova que permite a cada um/a saber se tem uma relação amorosa, ou simplesmente anda a brincar com o próprio coração.

Antigamente viam-se homens colocarem-se em triângulos, quadriláteros e até pentágonos amorosos. Hoje algumas mulheres também o fazem, desafiando a própria natureza feminina que, em situação normal, sobretudo em África, tende a aproximá-las do sagrado.

Na Bíblia Sagrada é possível ler-se: "Uma esposa exemplar; feliz quem a encontrar! É muito mais valiosa que os rubis”.Provérbios 31:10.

"Os seus filhos se levantam e a elogiam; o seu marido também a elogia, dizendo: ‘Muitas mulheres são exemplares, mas você a todas supera’”.Provérbios 31: 28-29.

"Mulheres, vocês querem ursos de peluche, chocolates, flores ou dinheiro?” Li algures em rede social. A maioria das mulheres escolheu receber dinheiro. Um comportamento que tem deixado os homens insatisfeitos.

O namoro virou comércio. Os homens pagam e as mulheres entregam-se a eles, tal como o fazem as senhoras que adoptaram a mais antiga profissão do mundo como seu ganha-pão.

"No dia 14 também queremos presentes. Não os vossos corpos. Aqui ninguém trabalha na morgue”, publicou um internauta.

Parece uma brincadeira, mas a maioria das mulheres deixou de se preocupar em dar carinho e presentes aos homens com quem se relacionam. Só sabem estender-lhes as mãos para pedir tudo o que necessitam. Até o básico.

Será tal comportamento resultante da crise financeira? Ou estamos perante uma gigante crise de valores morais nunca antes assistida? Estará a mulher em condição tão vulnerável, ao ponto de querer descansar, de braços cruzados, no colo dos homens? Estamos a educar as meninas para serem dependentes dosfuturosmaridos?

De regresso ao princípio do mês do amor eda confusão, estava umatarde quente e ensolarada. Uma beldade de aparentes quarenta e poucos anos entrou numa loja no Xyami do Kero Kilamba e abordou um dos funcionários. "Boa tarde. Vocês têm carteiras para documentos e cintos masculinos?”, perguntou, ao que o jovem respondeu negativamente.

A beldade, que desenhou o desagrado no seu rosto voltou a pedir ajuda para escolher um presente para o seu amado. "Pode ser uma roupa. Ele só usa a vossa marca”, explicou.

"Então deve ser nosso cliente. A senhora tem uma foto dele”, pediu o atendedor, que reconheceu o amado da beldade, na tela de um telemóvel.

"Conheço o senhor. É nosso cliente. Ele veste XL”.

Com a ajuda do funcionário da loja, a jovem apaixonada escolheu uma peça de roupa muito bonita, que mandou embalar para presentear o dono do seu coração.

"Era bom que todas as mulheres fossem assim como a senhora”, elogiou o vendedor, arrancando da jovem um sorriso.

"Até à próxima!”, despediu-se ela.

"Obrigado e volte sempre”, respondeu o jovem.

"O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”.1 Coríntios 13: 4-7.

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