Economia

Angola apresenta medidas para estabilização da dívida

António Cruz | Washington

Jornalista

Angola apresentou em Washington as medidas que estão a ser empreendidas visando a criação das bases necessárias para a estabilização dos indicadores da dívida pública.

20/04/2024  Última atualização 08H50
Ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, durante uma reunião com o Banco Mundial © Fotografia por: DR
O director da Unidade de Gestão da Dívida (UGD), Dorivaldo Teixeira, disse que o  trabalho é direccionado na optimização de determinados elementos que compõem o perfil da dívida e os resultados já são notórios.

Em função destes esforços, consegue-se, hoje, visualmente, perceber que, de facto, as coisas estão muito melhores do que antes, segundo o director da UGD.

Dorivaldo Teixeira disse que a "dívida angolana é sustentável e tem tendência para baixar”. Para justificar os resultados do trabalho em curso, explicou que em 2022 o estoque da dívida finalizou em mais ou menos 72 mil milhões de dólares e no ano seguinte, 2023, em 66 mil milhões.

O director da UGD disse que a dívida tem alguns impactos na performance do Estado e o trabalho que está a ser desenvolvido vai criar as condições para evitar esse efeito na performance e na execução da despesa pública.

Os constrangimentos na dívida interna reflectem-se mais directamente na vida dos cidadãos e mexe com a equação do financiamento das empresas.

A sua estabilização propicia as condições para um melhor ambiente de negócios, mais conforto na agenda da governação e mais empregos.

Dívida com a China

Em relação à dívida com as instituições financeiras da República Popular da China, Dorivaldo Teixeira deu a conhecer que foi feita uma optimização do mecanismo de pagamento. Mediante recurso a valores em contas na República Popular da China serão feitas antecipações de pagamentos que vão permitir libertar recursos adicionais para o país.

O director da UGD disse que nos próximos tempos o processo de financiamento do Estado para executar o orçamento será feito nas melhores condições possíveis. 

Estes dados foram apresentados aos investidores internacionais, em Washington, num fórum realizado por iniciativa da instituição financeira Cignum.

Dorivaldo Teixeira referiu que as informações partilhadas no fórum de investidores internacionais é um balanço do trabalho desenvolvido pelo Executivo nos últimos três anos.

Realizado no âmbito das reuniões de Primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, o fórum serviu para actualizar os investidores sobre o estado actual do país na perspectiva macroeconómica, monetária e fiscal.

"Procuramos partilhar esta visão com isenção e transmitir confiança aos investidores de que Angola continua no caminho da sustentabilidade,” referiu.

A ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, encabeça a delegação angolana nas reuniões de Primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional.

A delegação integra os ministérios do Planeamento, dos Transportes, o Banco Nacional de Angola e o Fundo Soberano de Angola.

A ministra das Finanças participou, ontem, a convite do Departamento de Estado, no Workshop "Parceria para a Cooperação Atlântica: Soluções Inovadoras de Financiamento para a Conservação Marinha”, e na reunião plenária do Comité de Desenvolvimento que abordou a transferência de recursos reais aos países em desenvolvimento.

Para hoje, está agendada a participação na Mesa Redonda sobre Dívida Global "Liquidity Bridge Proposal”, onde a ministra das Finanças comenta sobre a situação da dívida de Angola.

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