Economia

Angola lidera criação de banco continental

Angola depositou, no ano passado, 10 milhões de dólares na Corporação Africana de Investimento em Energia (AEICORP, sigla inglesa), como contribuição para a criação do Banco Africano de Energia, anunciou, quinta-feira, o director-geral da instituição continental.

29/03/2024  Última atualização 13H22
Assinatura do memorando para constituição do banco, em Maio de 2022, em Luanda © Fotografia por: Edições Novembro
Zakaria Dosso acrescentou, citado pela Reuters, que a Nigéria depositou um valor semelhante, igualmente, em 2023, e que o Ghana depositou 20 milhões de dólares para o mesmo fim na última sexta-feira.

O projecto de constituição do Banco Africano de Energia foi subscrito em Luanda em Maio de 2022, quando o Governo organizou, na capital do país, o 8º Congresso e Exposição de Petróleo Africano (CAPE), associado à Associação Africana dos Países Produtores de Petróleo (APPO), no quadro de acções institucionais de liderança da estratégia do sector continental dos hidrocarbonetos.

O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo  e Gás, Diamantino Azevedo, que naquela altura liderava a APPO, considerou a criação da instituição bancária continental e de um sistema de oleodutos impulsionado por Angola  "um passo importante na concretização do mercado interno de derivados de petróleo bruto para África”.

O Banco Africano de Energia vai concentrar investimentos em projectos de petróleo e gás em todo o continente, devendo iniciar as operações ainda este ano, com um capital inicial  de cinco mil milhões de dólares, de acordo com declarações de Zakaria  Dosso à Reuters.

Constituído em parceria entre o Afreximbank e a APPO, o banco vai ajudar a cobrir a lacuna de financiamento em África, assolada pela pressão sobre os principais bancos por parte de grupos ambientalistas para desviarem fundos de investimento de projectos de petróleo e gás que provocam o aquecimento climático.

"África deve criar a sua própria capacidade de financiamento para que ainda possamos desenvolver este sector estratégico, essa é a razão”, afirmou o director-geral da AEICORP, declarando que "o Banco Africano de Energia está prestes a tornar-se uma realidade e deverá estar operacional durante o segundo semestre de 2024”.

Prevê-se que cada país membro africano contribua com um mínimo de 83 milhões de dólares, para um total de cerca de 1,5 mil milhões de dólares, enquanto o Afreximbank e a APPO, como membros fundadores, vão igualar o montante. Os dois mil milhões de dólares pendentes podem ser providos por outros investidores, incluindo fundos soberanos do Médio Oriente.

Zakaria Dosso, que integra uma comissão encarregue de criar a Africa Energy Corp (AFE), disse que seis países (Argélia, Benin, Côte d’Ivoire, Ghana, Nigéria e África do Sul) estão a competir para acolher a sede da AFE. O Egipto retirou a candidatura inicial.

"Angola, Líbia, Senegal, Venezuela e Afreximbank, como membros do comité de selecção, vão avaliar todos os candidatos e apresentar os resultados antes de os ministros tomarem uma decisão final”, disse Zakaria Dosso.

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