Ontem, durante a intervenção na Cimeira Extraordinária da SADC, presidida pelo Chefe de Estado João Lourenço, na qualidade de presidente em exercício da organização regional, no formato digital, o estadista angolano mostrou-se preocupado com os efeitos das alterações climáticas registadas em alguns países da região meridional de África, causados pelo fenómeno El Ninho.
Economista de formação na UAN, no tempo em que era única, e bem posicionado no BNA onde chegou ao cargo de sub-director de Emissão e Crédito e presidente do Sindicato dos Empregados Bancários, António Branda ou simplesmente Man-Tony para os de casa, foi um homem que conheci por força da vizinhança, no Rangel, e por ser irmão e primo de meus amigos de adolescência e juventude, o Simão ou Tio (de feliz memória), o Isaque ou Zazá e o Didi.
Simples, apesar de ser o único Doutor no nosso bairro, bem posicionado social e economicamente, o Man-Tony construiu a sua humilde casa no bairro Precol onde nos recebia a todos como irmãos. Não distinguia os irmãos dos amigos destes. Era, por isso, o nosso kota, o Man-Tony de quem nos gabávamos indistintamente.
Sempre que, por razões por nós desconhecidas, fôssemos mal recebidos pela esposa, o Man-Tony dizia-nos no seu falar lento, mas marcante: "não liguem, môskandenges, são questões políticas”.
Ele não era dado a conversar connosco, embora aprovasse a nossa militância na Jota, questões de fórum ideológico-partidárias, mas alegava "questões políticas”, o que nos deixava algo confusos.
Hoje, crescidos e amancebados, compreendemos o que ele nos estava a transmitir, o que considerava serem "questões políticas”. Na verdade, eram assuntos que a nossa idade e estado civil não permitiam entender. Questões difíceis de gerir que o obrigavam à gestão política da situação. O Man-Tony não era homem de entrar em gritaria com a parceira ou com quem quer que fosse, por mais coberto de razão que estivesse. Geria tudo de forma política, a arte do equilíbrio, do win-win. Pura verdade!
Estamos hoje (Didi, Puna, Amany, Zazá, Beto Spina e outros amigos de então), crescidos, casados e feitos pais, também a gerir muitas vezes situações "políticas” incalculáveis há 30 anos.
E, mais nos dizia o Man-Tony: "Môskandenges, não se apressem em ter dama. Casa temos, mas o pitéu é complicado”. Na nossa inocência sempre pensávamos que fosse mais difícil ter-se casa do que comida. Vemos hoje que, embora cerca de metade do que se cozinha vá mais ao lixo do que ao estômago, é por causa da comida que mais se encontram clivagens entre parentes.
Oiço, vezes sem conta, que o fulano não dá assistência alimentar, a fulana deixou o filho sob guarda da vizinha e não deixou a comida, etc. Coisas sem cabimento. Mas, mais uma vez dou razão ao Man-Tony.
"São questões políticas, môskandenges, não liguem. Um dia vão entender!”
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