Opinião

Boas novas para o corredor logístico Luanda-Kinshasa-Cabinda

Autoridades de Angola e da RDC têm agendado para hoje, 16, a realização de um encontro que visa, fundamentalmente, abordar a questão da greve dos camionistas angolanos no corredor logístico Luanda-Kinshasa-Cabinda, motivada pela recorrente questão das discrepâncias no valor da taxa aduaneira cobrada pelas autoridades congolesas, na ordem de 4 mil dólares americanos, contra os 50 dólares pagos no sentido inverso.

15/02/2024  Última atualização 06H15
Do encontro emerge,- e talvez disso derivou a medida unilateral dos camionistas angolanos supenderem a greve-, a esperança de que as negociações sejam coroadas pela concepção de um pacote de medidas de harmonização em relação a todas as taxas dos transportes rodoviários transfronteiriços, que beneficiem, em pé de igualdade, os dois países.

A  eventualidade de alcance de um protocolo de reciprocidade de acções, anula a tentação de implementação de qualquer acto de retaliação, interpretada como medida extrema, que em nenhum valor agrega às relações bilaterias entre os dois países que, em sede desta matéria, há muito procuram um entendimento nos marcos das melhores práticas diplomáticas.

O sinal dado para a concretização da reunião flutua como um símbolo de reforço da cooperação bilateral que Angola e a República Democrática do Congo se obrigam a manter, na base do diálogo permanente, entendido na linguagem diplomática, como um dos mais elementares factores de prevenção e resolução de eventuais ou efectivos irritantes.

Outra boa nova anunciada para o dia de hoje relaciona-se com a realização do acto de lançamento da primeira pedra  para a construção do ponto fronteiriço de paragem única no corredor, por onde passam grande parte das transacções entre angolanos e congoleses democráticos.

A partilha da longa fronteira terrestre e fluvial é um dos factores que impõe a existência de uma relação eterna entre as Repúblicas de Angola e Democrática do Congo que, ao longo da sua existência, conservam histórias e estórias que, de forma normal, ganharam valor de perenidade, a exemplo da Rumba Congolesa, reconhecida como fonte de influência do perfil musical de certos artistas angolanos.

Mais do que o espaço físico, as fronteiras são portas de entrada e saída para o convívio entre os países vizinhos, com todas as vantagens delas decorrentes, salvaguardando a naturalidade de avanços e recuos registados em determinados períodos, motivados por razões de vária ordem, mas que são sempre solúveis.

A preservação do maior núcleo de valores entre os dois povos, no caso concreto, angolano e democrático congolês, marcado por um intenso e quase ininterrupto movimento diário com sentido duplo, deve constituir uma questão prioritária na agenda das questões comuns entre os dois Estados, atendendo que o fim único concorre para a sobrevivência das pessoas, que os Estados têm como o maior activo da sua acção política.

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