Economia

Chuvas afectam 70 por cento das colheitas e provocam subida do preço do feijão na Cela

Casimiro José| Sumbe

As fortes chuvas que caem sobre o município da Cela, na província do Cuanza-Sul, estão a causar danos significativos às extensas plantações de feijão, informou na sexta-feira, 1 de Março, ao Jornal de Angola, o director municipal da Agricultura, Pecuária e Pescas.

04/03/2024  Última atualização 10H07
Temporais continuam a castigar toda a província, com realce para as áreas potenciais na produção de feijão © Fotografia por: Casimiro José |Edições Novembro

Elias Manuel Ferreira sublinhou que, dos 55 mil hectares destinados ao cultivo do feijão, 70% da colheita está comprometida.

Segundo o responsável, os impactos dos estragos provocados pelas chuvas já se fazem sentir nos mercados locais. "Em anos anteriores, nesta época de colheita, o preço do quilo de feijão ficava entre 400 e 500 kwanzas, mas, devido aos danos causados pelas chuvas, está ser vendido a 1.200 kwanzas e pode subir ainda mais”, avisa o director municipal da Agricultura, Pecuária e Pescas.

Elias Ferreira adverte que, além do feijão, outros grãos também estão  a ser  devastados pelas chuvas, o que leva a prever escassez de produtos agrícolas na província do Cuanza-Sul.           "Cereais como milho e soja também estão a ser afectados pelas chuvas, o que pode resultar em potencial escassez de alimentos nos próximos meses”, declarou.

Na sua análise, a situação está fora de controlo, mas acredita que as perdas da actual safra poderão ser compensadas. "Por se tratar de um fenómeno natural, não temos margem para manobras. A colheita de feijão nesta safra está comprometida, mas podemos recuperá-la na segunda safra, que começa no dia 15 deste mês”, ressaltou.

O director municipal da Agricultura, Pecuária e Pescas também expressou preocupação com a situação da agricultura empresarial, tendo destacado as dificuldades  que os produtores estão a enfrentar devido às chuvas que inundam as áreas cultivadas, prejudicando o funcionamento das máquinas.

 
Revendedoras

Bernardete Chipopi , que há 13 anos revende feijão em grande escala nos mercados locais, afirmou não se recordar de ter enfrentado algo semelhante anteriormente. "Este ano, os problemas com os preços chegaram antes do esperado”, disse, temendo que os preços atinjam nos próximos meses níveis nunca antes vistos.

"No passado, o preço do feijão costumava subir apenas nos meses de Setembro e Outubro. No entanto, este ano trouxe mudanças significativas e, como revendedoras, estamos incertas”, acrescentou outra vendedora, Fátima Abílio.

Os temporais continuam a castigar praticamente toda a província, principalmente nos municípios potenciais para a produção de feijão, como Cassongue, Mussende, Seles e Ebo.

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