Não existe país algum que possa formar ou capacitar quadros em toda gama e número de competências em permanente evolução e necessárias para realizar um trabalho cada vez mais complexo no seu território. A mobilidade laboral é parte integrante do comércio internacional e beneficia os países, as empresas e os trabalhadores.
Assinala-se hoje o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, num contexto de crescentes inquietações face às ameaças aos valores do Jornalismo, ameaças que têm origem nas disputas geopolíticas e no uso das redes sociais para a construção de narrativas que fogem à verdade dos factos.
Pensamos que é chegada a hora da nossa sociedade reflectir seriamente sobre o impacto da má imagem dos tribunais e sobre a credibilidade de todo o sistema judicial em Angola.
Nos últimos meses, sucedem-se as acusações e escândalos que envolvem juízes e os tribunais.
Pouco importa já saber se as notícias são verdadeiras ou falsas. A quantidade de notícias negativas que são publicadas sem desmentidos, sobre irregularidades, ilegalidades e comportamentos pouco recomendáveis que envolvem juízes ou acontecem nos tribunais, não deveriam deixar ninguém indiferente.
O vulgar discurso da vitimização já não convence. Mesmo que sejam as pessoas que possuem casos em tribunal a sujar alegadamente a imagem, o volume de notícias negativas e de má publicidade vão ter um enorme custo na credibilidade de todo o sistema.
Um dos desafios da actualidade, na nossa sociedade, é exactamente o reforço da confiança nos tribunais para que eles sejam capazes de dirimir conflitos que, naturalmente, se colocam em sociedades onde decorrem processos tão problemáticos como as privatizações, a apropriação de bens por corrupção, e violação dos direitos dos cidadãos.
Queremos deixar claro que a questão já deixou de ser se as notícias são verdadeiras ou falsas. O facto indesmentível é que as persistentes informações sobre casos e escândalos minam a confiança dos cidadãos na Justiça.
Como podem os cidadãos confiar na Justiça, esperar por uma justiça justa e transparente, se todas as semanas são "inundados” de notícias sobre juízes sob suspeição, corrupção na Justiça, parcialidade das decisões e até interferências na actuação da Justiça?
Lamentavelmente instalou-se uma silenciosa cumplicidade em que todos parecem ver o declínio dessa credibilidade sem fazer absolutamente nada para inverter a situação. Poucos acreditam que as anunciadas investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR) produzam algum resultado concreto, o que em termos concretos agrava ainda mais a credibilidade, uma vez que avoluma as suspeições e deixa o cidadão ainda mais desconfiado da seriedade dos juízes e do próprio sistema. Do ponto de vista político, mesmo que não se optasse por uma acção directa, como aconteceu no Tribunal de Contas, há espaço para o reforço do Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ) como entidade disciplinar e fiscalizadora dos crimes. Infelizmente, com os interesses corporativistas instalados e com os jogos de interesses na composição e nomeação dos membros desse Conselho, não é de todo expectável que possamos ter uma actuação firme, independente e capaz de devolver a confiança aos cidadãos.
Numa época de grande escrutínio público, o espaço noticioso sobre os tribunais deveria ser ocupado com informações sobre a sua eficácia e sobre a realização de justiça ou ainda sobre os esforços relacionados com a reforma em curso com a implantação dos juízes de garantias, os tribunais de comarca e outros. Infelizmente, estas informações, que nos permitiriam inverter a tendência da má propaganda, acabam quase sempre subalternizadas por declarações e notícias inacreditáveis para quem tem responsabilidade de administrar a Justiça e assegurar o cumprimento das leis.
A democracia, a economia e a sociedade angolana no geral necessitam de uma justiça credível, composta por um corpo de juízes dignos, insuspeitos e de actuação exemplar. Necessitamos de uma justiça independente e imparcial, apta para a defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos e capaz de dar reposta às grandes expectativas que todos colocam no seu desempenho.
Naturalmente, como em todas as áreas de actividade, há melhorias a fazer. Alguma coisa deve ser feita para conter os sucessivos escândalos e, de modo mais profundo, alterar radicalmente a propensão para a má publicidade que os nossos tribunais e juízes têm. Está em causa o prestígio da Justiça e do país, mas também a criação de um ambiente de confiança e respeito propício para que os tribunais possam ser vistos como um farol do sentido da lei para os cidadãos e agentes económicos em geral. A quem interessa manter a Justiça neste estado?
Não vemos quem possa beneficiar com isso. Pelo contrário, este é daqueles casos que todos temos muito a perder, com a enorme falta de confiança e de credibilidade que se cria à volta do poder judicial.
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