Opinião

Dia Internacional do Desarmamento e Não-Proliferação

Amanhã celebra-se o Dia Internacional do Desarmamento e Consciencialização sobre a Não-Proliferação, data instituída pela ONU, por via da resolução adoptada em Dezembro de 2022, em que se reafirma o papel e compromisso da organização mundial em promover e fortalecer o referido desiderato.

04/03/2024  Última atualização 06H10
Numa altura em que os gastos militares crescem assustadoramente, ante os apelos para a sua redução, o desarmamento e a consciencialização sobre a Não Proliferação de meios letais devem fazer parte da agenda mundial para reverter o quadro em que os países estão a ser "forçados” a investir mais em canhões e menos em manteiga.

Por exemplo, os dados da ONU apontam que, em 2021, os gastos militares globais atingiram 2,1 triliões de dólares e, de acordo com estimativas, 26 mil de pessoas podem ser tratadas de malária pelo preço de um tanque de guerra.

É verdade que, para muitos Estados, a ideia de um eventual desarmamento pode transformar-se, igualmente, numa espécie de suicídio do Estado, na medida em que o contínuo rearmamento faz jus à velha máxima latina segundo a qual "se quiseres a paz, prepara-te para a guerra”.

Para muitos Estados modernos, os gastos militares não visam, necessária e obrigatoriamente, fazer a guerra, mas dissuadir os vizinhos a repensar o uso da força para resolver diferendos. 

O fundamental, relativamente ao que se pode depreender dos diferentes apelos contra os gastos militares excessivos e a corrida armamentista,  muitas vezes, envolvendo meios letais de destruição em massa, é a necessidade de equilíbrio entre as necessidades estratégicas de dissuasão e a proliferação de armas nucleares, químicas ou biológicas.

Em África, o Dia Internacional do Desarmamento e Consciencialização sobre a Não-Proliferação representa uma ocasião para reflexão e tomada de medidas para a inversão do presente quadro de conflitualidade que envolve os Estados e entes infra-estatais,um pouco por todo o continente.

É preciso promover a consciencialização sobre a necessidade de diálogo, concertação, resolução pacífica dos diferendos, conciliação, tolerância e respeito pela diversidade política, cultural, linguística e religiosa dos povos.

Em Angola, o processo de desarmamento foi uma experiência que importa retomar para que as pessoas ganhem consciência de que, tal como demonstram muitos casos, é mais perigoso ter arma na mão do que o contrário. Em véspera do Dia Internacional do Desarmamento e Consciencialização sobre a Não-Proliferação, precisamos de ponderar o desarmamento a partir da consciência e promover um ambiente sem proliferação de armas. Para que as nações possam fazer das espadas relhas de arado, o primeiro passo deve partir da consciência de cada um e fazer a pedagodia da paz, promovendo formas sadias de convivência entre os povos em todo o mundo.

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