Opinião

Estabilidade na República Democrática do Congo

O problema da instabilidade no Leste da República Democrática do Congo (RDC) deixou de ser um desafio, unicamente, das autoridades congolesas para se transformar num repto regional, a julgar pelos últimos desenvolvimentos que a região vive.

16/02/2024  Última atualização 07H10
Depois da retirada das tropas da Comunidade Económica dos Estados da África Oriental, ao lado da retirada da MONUSCO, a RDC cujas Forças Armadas lidam com uma rebelião armada, abertamente, apoiada pelo Rwanda, urge dar resposta à altura dos presentes desafios.

Estão mais do que  provadas as interferências, completamente condenáveis, do Rwanda, inclusive avançadas pelas Nações Unidas, tal como sucedeu, recentemente, com o inusitado ataque contra um drone de observação da equipa da ONU por um míssil disparado por elementos das Forças Armadas do Rwanda.

Mais do que desdobramento das tropas da SADC para efeitos do "peace enforcement”, depois de gorada a observância dos pontos constantes das várias iniciativas, entre elas o Roteiro de Luanda, os entendimentos de Nairobi, apenas para mencionar estas diligências, por vias das quais se abriu uma janela de oportunidade para que os M23 se sujeitassem aos processos de aquartelamento, desarmamento e reintegração, alguma acção enérgica é necessária.

Neste momento de guerra, em que as milícias do M23 ameaçam, inclusive a tomada da capital do Kivu Norte, Goma, a solução por uma resposta enérgica, com meios militares que suplantem em quantidade e qualidade os artefactos usados pelos rebeldes.

Claramente, os rebeldes do M23, apoiados pelo Rwanda, parecem iludidos pela aparente vantagem militar, razão pela qual "pressionam” militarmente para alcançar alguns objectivos, entre os quais "forçar” negociações com as autoridades congolesas.

Enquanto existir o aparente desequilíbrio no terreno e se o dispositivo militar regional, que vai em auxílio das Forças Armadas da RDC, não for capaz de alterar o curso dos acontecimentos no Leste, a chantagem, as matanças, destruição de bens e deslocações vão passar a ser o dia-a-dia das populações daquela parte significativa do território congolês.

Precisamos todos de estabilidade regional e, como este desiderato não tem um preço a medir, todos os esforços são válidos para que a rebelião armada no Leste da RDC não perpetue um problema que possa ser erradicado agora, com todos os meios  possíveis à disposição das forças que agora vão ser desdobradas naquele país.

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