Pelo menos 18 pessoas foram mortas, na terça-feira, pelo grupo rebelde 3R, após terem sido convocadas para uma reunião pelos terroristas, no Noroeste da República Centro-Africana (RCA), anunciaram, ontem, o Governo e as autoridades locais.
"A tragédia ocorreu a cerca de 16 quilómetros da cidade de Kela-Mbaoulé, onde os elementos do 3R convocaram a população para se reunir no local e, quando as pessoas chegaram, dispararam sobre elas à queima-roupa”, disse à EFE o representante das autoridades locais, Jean Ndio.
De acordo com Ndio, os rebeldes disseram às vítimas que queriam discutir questões relacionadas com o roubo de vacas. "Não sabemos as razões deste massacre”, acrescentou o político local, que apelou ao envio de agentes de segurança para a região.
Por sua vez, o porta-voz do Governo da RCA, Maxime Balalu, disse à EFE que a polícia "está no terreno e a cumprir o seu dever para restaurar a ordem e a paz”.
Também o presidente da Liga Centro-Africana dos Direitos Humanos (LCDH) – uma organização da sociedade civil – Joseph Bindoumi, exigiu que o Governo e, em particular, a justiça centro-africana e a justiça internacional abram uma investigação para esclarecer o que aconteceu.
O grupo rebelde e o Governo assinaram um acordo de paz, a 6 de Fevereiro, mas os ataques dos terroristas não pararam. A violência sistémica persiste na RCA desde fins de 2012, quando uma coligação de grupos rebeldes do Nordeste de maioria muçulmana - a Séléka – tomou a capital, Bangui, e derrubou o Presidente François Bozizé, dando início a uma sangrenta guerra civil.
Embora o actual Presidente, Faustin Archange Touadéra, tenha declarado um cessar-fogo unilateral, em Outubro de 2021, com o objectivo de facilitar o diálogo nacional, grande parte do país – rico em diamantes, urânio e ouro – continua a ser controlado por milícias.
De acordo com as Nações Unidas, a violência deslocou mais de meio milhão de pessoas e 3,4 milhões – 56 pot cento da população centro-africana – necessitam de assistência humanitária.
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