Economia

Importação de derivados do petróleo consome 1,17 mil milhões de dólares

Hélder Jeremias e Nádia Dembene

Jornalistas

O país gastou cerca de 1,17 mil milhões de dólares, durante o quarto trimestre do exercício económico de 2023, para a aquisição de 1.553.386 toneladas métricas de combustíveis líquidos para fins comerciais, correspondente a um aumento de 56 por cento em relação ao trimestre anterior.

01/02/2024  Última atualização 12H16
Director-geral do IRDP, Luís Alves Fernandes (à direita) © Fotografia por: Luís Damião|Edições Novembro
A informação foi avançada ontem pelo director-geral do Instituto Regulador dos Derivados do Petróleo (IRDP), Luís Alves Fernandes, durante a reunião de balanço das contas do sector dos Derivados de Petróleo referentes aos últimos três meses do ano passado.

Segundo o responsável, o gasóleo representou  65,3 por cento do volume total, enquanto a gasolina correspondeu 22,8 por cento e o fuel ordoil  teve um volume situado nos 6,7 por cento.

O destaque recai ainda para o Jet A1, com um volume fixo de 4,0 por cento, seguido do  petróleo iluminante (0,4) e o betume asfáltico (0,6), sendo que a capacidade instalada de armazenagem de combustíveis líquidos em terra é de 675 968 metros cúbicos.

Luís Alves Fernandes enfatizou o facto de 21,0 por cento ter sido fornecido pela Refinaria de Luanda, face aos 0,3 por cento provenientes da Topping de Cabinda e 78,7 por cento correspondente ao volume importado, o que, na análise do responsável, permite aferir certa "estabilidade e resultado satisfatório”.

Distribuição de derivados

A Sonangol Distribuição e Comercialização detém a maior quota da distribuição de derivados de petróleo no mercado nacional, com 330 postos de abastecimento, dos 912 operacionais, ou seja, detém 36,2 por cento, num universo de 1.162 existentes no território nacional, de acordo com Luís Alves Fernandes.

Entre as empresas mais cotadas no mercado constam a Pumangol, com 80 postos (8,8 por cento), a Sonangalp, com 62 postos, equivalente a 6,8 por cento, seguida da Total Energies Marketing Angola com 51 unidades (5,6 por cento).

A Etu Energias detém dois postos, enquanto que existem no país 387 postos de bandeira branca, ou seja, agentes privados, representando 42,4 por cento.

Luís Alves Fernandes informou que o instituto que dirige registou cerca de 43 municípios que carecem de postos de abastecimento de combustível devido à localização geográfica e ao estado das vias de acesso, assegurando, no entanto, que o IRDP está a trabalhar para incentivar a implementação de novos PA, o que passa pela criação de condições de trabalho dos operadores.

Os registos apontam para um volume de cerca 9.302 toneladas comercializadas no mercado interno, num período marcado pela introdução de cerca de 99.192 toneladas de gás de cozinha (GLP), das quais 77,7 por cento provenientes da Fábrica Angola LNG, 12,7 por cento do Sanha, 6,8 da Refinaria de Luanda e o  Topping de Cabinda 2,8 por cento. Houve um decréscimo de 36 por cento na aquisição de GPL para o mercado interno.

Luanda com 59,3 por cento, Benguela com 9,7, Huíla com 6,1, Huambo com 4,6 e Cabinda com 3,3 absorvem 83 por cento do consumo nacional de gás de cozinha.

Produção nacional cobre 65 por cento do consumo

De Outubro a Dezembro de 2023, a Sonangol produziu um total de 531.571 toneladas métricas de produtos refinados, correspondente a 65 por cento do consumo interno, mesmo período em que exportou 165.976 toneladas métricas, equivalentes a 31 por cento do volume produzido.

Os dados constam no relatório de contas apresentado ontem pela consultora da petrolífera nacional Hilária Jeremias durante a reunião de balanço das actividades do sector dos derivados do petróleo referentes ao quarto trimestre de 2023, dando conta que os resultados correspondem a 79 por cento de execução do Plano de Produção e um aumento de 38 por cento em comparação com o terceiro trimestre.

Hilária Jeremias deu a conhecer que, no período em análise, a fábrica Angola Gás Natural Liquefeito (LNG), localizada no Soyo, província do Zaire,  foi a principal fonte de abastecimento de Gás Liquefeito de Petróleo (LPG),  com um volume avaliado em 77.076 toneladas métricas, que configuram 77 por cento do volume total da produção nacional.

O projecto Sanha, de acordo com as estatísticas da Sonangol, contribuiu com 13 por cento do abastecimento, totalizando 12.560 toneladas métricas de LPG, numa altura em que a Refinaria de Luanda teve um peso de 7,0 por cento no fornecimento, em virtude das  6.789 toneladas métricas  de LPG extraídas naquela  unidade produtiva estatal.

O Topping Cabinda, avançou Hilária Jeremias, também se pautou por um desempenho extraordinário nos últimos três meses de 2023, em função do qual o seu contributo cifrou-se em  2.767 toneladas métricas de LPG, ou seja, 3,0 por cento do abastecimento.

"É importante destacar que, no período em análise, a produção interna foi satisfatória, não havendo necessidade de recorrer à importação de LPG, o que demonstra o fortalecimento da posição no mercado local e a redução dos custos operacionais”, sublinhou Hilária Jeremias.

A consultora da petrolífera nacional  acrescentou que, nesta fase, a Unidade de Gás e Energias Renováveis aprovisionou 99.192 toneladas métricas de gás butano,  77 por cento das quais provenientes da Angola LNG, sem perder de vista que "a capacidade de armazenagem actual da Unidade de Gás e Energias Renováveis é de    9.728 toneladas métricas, enquanto a capacidade da ICPN, Lobito e Namibe, representam 80 por cento  do total.

Sonangol  destaca-se

A Sonangol  produziu 1.310 toneladas métricas de lubrificantes a um custo de 4,25 mil milhões de kwanzas, representando um cumprimento de 38 por cento da meta, uma redução de 0,1 por cento em relação aos períodos anteriores e  aumento de 50 por cento face ao período homólogo de 2022.

A empresa transportou,  durante o quarto trimestre de 2023,                     55.448 toneladas métricas de  LPG, 96 por cento das quais (53.284 toneladas métricas) por via rodoviária e 2.164 (4,0 por cento)  por transporte ferroviário. O relatório dá conta que o transporte rodoviário observou uma variação homóloga de 7,0 por cento, comparado com o quarto trimestre de 2022, ao passo que o transporte ferroviário apresentou uma variação homóloga negativa de 56 por cento, isto é comparativamente ao mesmo período do ano anterior.

A aquisição de 1.553.458 toneladas métricas de combustíveis, lubrificantes e asfalto representou um cumprimento de 127 por cento da meta, que representa um aumento de 56 por cento em relação ao período anterior e de 33 por cento em relação ao período homólogo de 2022.

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