Em diferentes ocasiões, vimos como o mercado angolano reage em sentido contrário às hipóteses académicas, avançadas como argumentos para justificar a tomada de certas medidas no âmbito da reestruturação da economia ou do agravamento da carga fiscal.
O conceito de Responsabilidade Social teve grande visibilidade desde os anos 2000, e tornou-se mais frequente depois dos avanços dos conceitos de desenvolvimento sustentável. Portanto, empresas socialmente responsáveis nascem do conceito de sustentabilidade económica e responsabilidade social, e obrigam-se ao cumprimento de normas locais onde estão inseridas, obrigações que impactam nas suas operações, sejam de carácter legal e fiscal, sem descurar as preocupações ambientais, implementação de boas práticas de Compliance e Governação Corporativa.
Os jovens de Angola apresentam a sua percepção sobre a liderança das mulheres e a sua importância para as raparigas.
Angola, com uma população estimada em 35,1 milhões de habitantes, destaca-se pela presença significativa de mulheres, representando 51% do total. No entanto, desafios persistentes baseados no género continuam a moldar a realidade das mulheres angolanas em diversos aspectos. O Índice do Banco Mundial sobre Mulheres, Empresas e Direito de 2023 oferece uma visão optimista, atribuindo a Angola uma pontuação de 79,4 em 100. Esta pontuação sugere que Angola proporciona um melhor ambiente de negócios para as mulheres, em comparação com outros países subsarianos.
No entanto, mesmo com avanços, persistem desafios significativos. A representação das mulheres na liderança é crucial para criar oportunidades económicas mais equitativas. A presença das mulheres em cargos de destaque não promove apenas a igualdade, mas também inspira futuras gerações.
Para celebrar o dia Internacional das Mulheres deste ano, o SMS JOVEM, que é uma iniciativa lançada em 2020 pelo Ministério da Juventude e Desportos com o apoio do Fundos das Nações Unidas para a População (UNFPA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em parceria com a UNITEL, conduziu uma pesquisa para obter a opinião dos jovens sobre a sua percepção em relação a liderança das mulheres e a sua importância para as raparigas. Mais de 6.800 jovens participaram e deram as suas opiniões, sendo 37% deles na faixa etária entre 20 e 24 anos.
Os resultados evidenciam a diversidade de opiniões sobre o significado da liderança das mulheres para os jovens. A maioria dos jovens (26%) votou a favor da promoção da igualdade e do empoderamento das mulheres, enquanto 25% enfatizaram a importância da presença das mulheres em várias esferas da vida, desde a pessoal à política.
Sobre os benefícios de ter mulheres em papéis de liderança, os resultados mostram que 32% dos jovens que participaram neste inquérito, acredita que com mulheres na liderança há uma diversidade de perspectivas, e 26 % dos jovens destacam maior representação e voz para as mulheres, enquanto que 19% enfatiza a inspiração para as raparigas e mulheres. Enquanto ambos os géneros que participaram neste inquérito destacam a diversidade de perspectivas, as meninas deram mais enfâse na maior representação e voz para as mulheres.
Ao abordar os maiores desafios que as raparigas enfrentam ao aspirar cargos de liderança, a maioria dos Jovens que participaram do inquérito (cerca de 49%) concorda que um dos maiores desafios enfrentados é a discriminação no acesso a oportunidades de liderança e 14% aponta as normas de sociais e expectativas de género que favorecem os rapazes e homens em posições de liderança como um segundo desafio. Esses dados destacam a persistência de barreiras estruturais e culturais que impedem as mulheres, especialmente as jovens, de acederem e ascenderem a cargos de liderança. Certamente, as percepções sobre os desafios enfrentados pelas mulheres ao aspirar cargos de liderança são cruciais, especialmente num contexto como Angola, onde questões como violência contra meninas, casamentos precoces e gravidez na adolescência representam desafios significativos. Superar esses desafios requer esforços concertados para desmantelar estereótipos de género, promover a igualdade de oportunidades e criar ambientes inclusivos que valorizem as contribuições e liderança das mulheres em todos os sectores da sociedade.
Para os jovens, a sociedade pode apoiar e capacitar as raparigas para se tornarem lideres, fornecendo oportunidades de educação e desenvolvimento de habilidades, promovendo a paridade de género em todas as áreas da sociedade, criando espaços seguros para que se expressem. Ao adoptar essas medidas, a sociedade pode criar um ambiente propício para que as raparigas desenvolvam as suas habilidades de liderança, alcancem os seus objectivos e contribuam de maneira significativa para um futuro mais igualitário e inclusivo.
A expressão dos jovens é nítida e convincente. 40% dos jovens participantes deste inquérito acredita que o futuro da liderança das mulheres assenta na perspectiva de que as mulheres tenham igualdade de oportunidades para avançar as suas carreiras sem enfrentar a discriminação de género ou barreiras institucionais, 16% destacam a presença das mulheres em papéis de Liderança em todos os sectores, sendo que 13% ressaltam o reconhecimento e valorização das contribuições das mulheres como lideres.
Esses resultados sugerem uma visão optimista e progressista por parte da juventude em Angola, buscando um futuro em que as mulheres possam desempenhar papéis de liderança de forma equitativa e justa. A clareza dessas perspectivas pode servir como um guia valioso para a formulação de políticas e iniciativas que promovam a igualdade de género e o empoderamento das mulheres em diversos sectores da sociedade. Através da plataforma SMS Jovem, o UNICEF está comprometido a envolver os jovens em processos decisórios, elevar as suas vozes e traduzir as suas preocupações em acções concretas.
*UNICEF Angola
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