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Malam Bacai Sanhá Jr. condenado nos EUA

O filho de um ex-Presidente da Guiné-Bissau foi condenado a mais de seis anos e meio de prisão por envolvimento numa conspiração transnacional de tráfico de heroína, anunciou, sábado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (EUA), citado pela CNN.

31/03/2024  Última atualização 09H40
© Fotografia por: DR

Malam Bacai Sanhá Jr, de 52 anos, filho do ex-Presidente da Guiné-Bissau Malam Bacai Sanhá - que presidiu o país desde 2009 até à data da sua morte, em 2012 – liderava uma organização transnacional de tráfico de drogas e, em Setembro do ano passado, declarou-se culpado de "conspiração para a distribuição de substância controlada para fins de importação ilegal", de acordo com a Justiça norte-americana.

"Na audiência, o tribunal ouviu que Sanhá era fiho do ex-Presidente da Guiné-Bissau e pretendia usar o produto da droga para financiar a sua futura campanha à Presidência em 2025 e um golpe de Estado naquele país", alegam as autoridades.

Conhecido por "Bacaizinho" na Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá Jr - que chegou a servir no Governo do pai como conselheiro para a Área Económica - já havia sido extraditado para os EUA em Agosto de 2022, depois de ter sido detido na Tanzânia, e estava numa prisão no estado do Texas. Ao proferir a sentença, o tribunal norte-americano observou que Sanhá Jr. estava directamente envolvido na importação de heroína da Europa para os Estados Unidos. O tribunal também concluiu que as suas actividades de tráfico de drogas eram extensas. "Malam Bacai Sanhá Jr não era um traficante de drogas internacional comum. Ele é filho de um ex-Presidente da Guiné-Bissau e traficava drogas por uma razão muito específica - para financiar um golpe que acabaria por levá-lo à Presidência do seu país natal, onde planeava estabelecer um narco-Estado", disse o agente especial Douglas Williams, do escritório do FBI em Houston, no Texas.

"Felizmente, os agentes do FBI de Houston e os nossos parceiros da DEA frustraram as suas tentativas, com a cooperação dos nossos parceiros internacionais. O crime tem alcance e impacto global, e o FBI também", acrescentou. Além de liderar uma organização criminosa, Sanhá Jr. trabalhava com "conspiradores internacionais" para importar heroína de vários países.

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