Em diferentes ocasiões, vimos como o mercado angolano reage em sentido contrário às hipóteses académicas, avançadas como argumentos para justificar a tomada de certas medidas no âmbito da reestruturação da economia ou do agravamento da carga fiscal.
O conceito de Responsabilidade Social teve grande visibilidade desde os anos 2000, e tornou-se mais frequente depois dos avanços dos conceitos de desenvolvimento sustentável. Portanto, empresas socialmente responsáveis nascem do conceito de sustentabilidade económica e responsabilidade social, e obrigam-se ao cumprimento de normas locais onde estão inseridas, obrigações que impactam nas suas operações, sejam de carácter legal e fiscal, sem descurar as preocupações ambientais, implementação de boas práticas de Compliance e Governação Corporativa.
Da Sanzala dos Parentes Mais Pobres para a Kimbi chegam sempre notícias. Umas boas, outras nem tanto assim. Outras, ainda, que nem sequer dá para levar a sério, ainda que a pessoa que estiver a transmitir seja séria.
Senão vejamos! O Wassaluka, como sempre, e por ser tido como o mensageiro da desgraça, na sexta-feira, 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, compareceu na Placa 007, na Kimbi, dizendo que os povos da Sanzala dos Parentes Mais Pobres estão sempre em dikulos (makas).
Como as pessoas que encontrou na Placa 007 estavam a falar de desporto, cultura e turismo, porque onde está o Ti Kifumbi há tolerância zero para política, porque, segundo ele "essa área é para aqueles que estão a estudar política ou trabalham em política”.
Wassaluka, ao ver que ninguém lhe queria passar palavra, no estilo de kuduro começou a cantar: "Xê! Marimbondo uakuté (marimbondo picou-te, tradução livre da língua nacional quimbundu), o que forçou o Dura Lex a perguntar o porquê que estava a falar cantando marimbondo, se os tais acusados de serem marimbondos já estão bem identificados e uns tantos já foram julgados e condenados.
Wassaluka respondeu que na Sanzala dos Parentes Mais Pobres, os agentes da Polícia são insultados minuto a minuto e todos os santos dias, sem reagirem, porque têm a consciência que vieram do povo e um dia vão regressar junto a este povo e, também, porque juraram a bandeira com o compromisso de defender o povo, ainda que lhes custe a vida.
Palavras que forçoram o Ti Kifumbi a interromper a fala do Wassaluka, para dizer que se assim pensam os agentes da ordem, estão a pensar bem e seria bom que os outros, também, pensassem assim.
As palavras do Ti Kifumbi levaram o Cicrano, em jeito de brincadeira, a perguntar se este já assinou um acordo de troca de conversa com os políticos, porque ao dizer que os outros pensavam assim, se calhar quis atingir os representantes do povo e os membros do nguvulu (Governo).
Ti Kifumbi ficou meio nervoso. O Beltrano, que, também, esteve na Placa, meteu água na fogueira, quer dizer apaziguou, pedindo ao Wassaluka para continuar o conto (mambo, coisa) que viu e ouviu na Sanzala dos Parentes Mais Pobres.
Sem mais ninguém interromper, o Wassaluka continuou a contar, tipo nos filmes. Segundo ele, os agentes da ordem, por estarem a fazer o seu trabalho, de acordo com as ordens superiores que recebem dos seus superiores hierárquicos, conjugado com os regulamentos, são chamados de malaicos, bongó e muito mais.
Os jovens da Ordem da Sanzala dos Parentes Mais Pobres, segundo Wassaluca, mesmo com esses nomes, continuam a fazer o seu trabalho limpo, que é manter a ordem e tranquilidade no sítio. Isto é, não mexer no pacato cidadão, que está a andar nas ruas sem incomodar quem quer que seja, a zungueira que está mesmo a zungar com os seus produtos, e a não vender em locais não autorizados, o taxista que está a cumprir com o previsto no Código de Estrada, os jovens que estão nas suas placas, uns a prestarem serviço de lotador, outros a nganzarem (beberem) o seu pacotinho.
Os jovens que têm a obrigação de manterem a ordem e tranquilidade na Sanzala dos Parentes Mais Pobres, como disse o Wassaluka, só actuam de acordo quando alguém "atropelar” as leis vigentes e as regras de boa convivência em vigor no sítio.
O Wassaluka exemplificou que foi o que aconteceu com os cinco jovens, saídos da Kimbi, que foram à Sanzala dos Parentes Mais Pobres fazerem das suas, ou seja, viverem e conviverem a balar (lutar) com as leis de boa convivência, como não roubar e não cobiçar coisas alheias.
Os cinco jovens, chegados à Sanzala dos Parentes Mais Pobres, julgaram que os jovens que têm a missão de manter a ordem eram fácil de serem brincados, porque na Kimbi tinham facilidade de dar dor-de- cabeça aos polícias de lá.
Puro engano! Os cinco entraram numa loja de venda de turrus (motorizadas) e cada um gamou (roubou) uma. Assim que, os jovens que têm a missão de manter a ordem tomaram conhecimento do assalto, entraram em acção no terreno. Aplicaram a técnica e os cinco ganceres (gatunos) foram cercados, tentaram pular alguns quintais, infelizmente não conseguiram, começaram a cair à toa, só se sabe que, sem serem tocados, foram cangados (detidos) e levados à esquadra com as caras inflamadas, devido às kíbuas (quedas) que se deram, quando pretendiam esgalhar (fugir) da Polícia.
Como os jovens conhecem bem os seus deveres como polícias, mesmo sendo amados por uns e odiados por outros, principalmente por aqueles que furtam ou roubam pessoas colectivas ou singulares, levaram os cinco ganceres ao centro médico próximo à esquadra, para os primeiros socorros.
Foi isso, contou o Wassaluka, que fez com que a população da Sanzala dos Parentes Mais Pobres começasse a dizer que "Os Marimbondos estão na esquadra da Polícia”, porque os que cometem e fogem, e durante a fuga entram em debandada, caindo de cara, saem inflamadas, como se apanhassem picadelas de abelhas, ou seja, dos marimbondos, esquecendo-se que eles têm a táctica de furtar ou roubar quem quer que seja, ao passo que a Polícia está munida de técnica sofisticada para apanhar todos aqueles que têm mãos cumpridas , que podem ser de pequena ou de grande dimensão.
É mesmo a verdade verdadeira para se dizer que os marimbondos estão na esquadra da Polícia!
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