Economia

Ministro Diamantino Azevedo no Fórum Mineiro de Negócios

Hélder Jeremias

Jornalista

O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, discursa, terça-feira, na abertura do “Fórum de Negócios Mineiros em Angola”, a ter lugar na Cidade do Cabo, África do Sul, no âmbito do “Dia de Angola”, enquadrado na 30ª Conferência Internacional Mining INDABA, a decorrer desde ontem e vai até quinta-feira.

06/02/2024  Última atualização 08H12
© Fotografia por: DR

O Fórum, que tem como lema "Angola: Potencial Mineiro e Oportunidade de Negócios para Investidores”, arranca  com a cerimónia de assinatura de um memorando de entendimento entre a Empresa de Diamantes de Angola, Endiama E.P., e a De Beers, assim como de parceria entre  o Instituto Geológico de Angola (IGEO) e o Conselho Sul-africano de Ciências Geológicas (SAGC, na sigla inglesa).

Em declarações à imprensa, Diamantino Azevedo  manifestou o seu optimismo quanto aos resultados do certame, a avaliar pela existência de novas zonas de prospecção no país, assim como a melhoria do ambiente de negócios para atrair investidores, "razão pela qual a Agência Nacional de Recursos Minerais dispõe de um stand à altura de disponibilizar todo o tipo de informação necessária sobre a carta geológica e os fundamentos jurídicos sobre o sector”.

O titular da pasta do MIREMPET, que chefia uma delegação composta por altos funcionários do seu pelouro, disse que o objectivo passa pela apresentação de novas intenções, ou seja, a promoção de novas áreas disponíveis para a atracção de novos investimentos, sem descurar das empresas que pretendem promover os seus projectos particulares no sentido de atrair possíveis parcerias e vender os seus produtos.

"Viemos cá com a parte institucional, isto é, o IGEO, no sentido de promover o país e novas áreas para prospecção, assim como a a Agência Nacional de Recursos Minerais (ANRM), que vem explicar como funciona o processo  de licenciamento da actividade mineira em Angola, e as empresas como a Endiama, Sodiam, entre outras, estão a promover as suas intenções de investimento”, disse.

São áreas que, no âmbito do levantamento do Plano Nacional  Geológico, permitem levar melhor conhecimento do país, pois há anomalias de vários  grupos minerais cuja divulgação é importante, para que o mundo saiba e este é um dos eventos mais  importantes a nível mundial e o maior a nível de África.

 
Projectos sustentáveis

A mensagem de abertura da Conferência foi no sentido de criar mecanismos para que os recursos minerais abundantes no continente africano passem a beneficiar mais as suas populações, o que passa pela sua transformação local, de maneira que o sector privado incremente projectos sustentáveis.

A abertura da INDABA ficou marcada pela intervenção do Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, antecedida de uma homenagem ao finado Presidente da República da Namíbia, Hege Geingob, cuja mensagem nuclear incidiu na necessidade dos países africanos unirem sinergias com vista a ultrapassar os obstáculos que estão na origem dos custos elevados na produção de energia e insumos, porque "impedem o desenvolvimento do sector e consequente crescimento económico do continente".


OPORTUNIDADES

Economista  Paulo Santos

"Angola procura integrar-se  no mercado mundial dos minérios raros”

O que representa a participação de Angola na 30ª edição da Conferência Internacional de Minas na Cidade do Cabo?

Como país pertencente à região Austral do continente, rica em minérios, Angola estará a procurar integrar-se aos seus vizinhos e no mercado mundial dos minérios raros, de modo a juntos encontrar as soluções para alavancar a economia.

 

Tem Angola sabido aproveitar o seu potencial mineiro da melhor forma possível?

Parece-me que não e penso que Angola deve possuir tantos minérios quanto a República Democrática  do Congo, a Zâmbia ou o Botswana.  Entretanto, explora poucos deles. É necessário olhar para todos aqueles que podem contribuir para as receitas do Estado.

 

É possível alguma correlação entre a Conferência Internacional de Minas e o Corredor do Lobito?

Certamente que sim, porque o Corredor do Lobito precisa de financiamento e Angola precisa mostrar o potencial deste projecto aos investidores. Por outro lado, a facilidade de transporte é essencial para atrair novos investidores para explorar os minérios.

 

A filiação de Angola na Iniciativa Transparência na Indústria Extractiva terá algum peso no alcance das metas?

Sim, porque não queremos pretensos investidores nem muitos intermediários financeiros, senão o negócio encarece e se torna pouco viável. Essa adesão mitiga também a circulação ilícita dos metais.

 

O que devemos esperar do sector bancário para o desenvolvimento da indústria mineira?

Os bancos e o sector financeiro angolano têm uma grande oportunidade de fazerem alianças com as grandes instituições de cariz internacional para atrair os investimentos requeridos e necessários para o país.

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