Opinião

“Nem só do pão viverá o homem” mas de leitura também

É antiga a ideia segundo a qual “nem só do pão viverá o homem”, uma referência indesmentível à necessidade dos aspectos inerentes à espiritualidade, aqui entendida na sua dimensão mais lata, ser também acautelada.

12/04/2024  Última atualização 06H10

Ler é fundamental para estimular o raciocínio, melhorar o vocabulário, aprimorar a capacidade interpretativa, além de proporcionar ao leitor um conhecimento amplo e diversificado sobre vários assuntos.

 A iniciativa de leitura, formalizada no Plano Nacional de Leitura (PLANALEITURA), lançado na quarta-feira pela ministra da Educação, Luísa Grilo, com o claro objectivo de aumentar os níveis e gostos pela leitura apenas peca por tardia. A predominância dos audiovisuais, aliado ao défice de leitura nos currículos escolares, a começar pelo moribundo hábito de recomendar ou mesmo exigir cópias, contribuíram significativamente para a redução dos níveis de leitura em determinados segmentos etários.

Não é exagerado afirmar que o que menos se encontra exposto, à vista desarmada, na maioria das casas, hoje em dia, são os livros, um elemento que pode dizer muito  sobre a literacia familiar e pessoal.

Se é entendimento comum de que uma boa leitura leva a pessoa à compreensão de assuntos distintos, a inexistência de tal exercício pode levá-la a ficar à mercê de quem vai ler por ela e depois acrescentar vários pontos ao contar o que leu.

É encorajadora a iniciativa do Ministério da Educação ao lançar o programa que vai envolver uma espécie de resgate dos gostos pela leitura, um  expediente insubstituível na estratégia de melhoria do processo de ensino e aprendizagem.

Um aluno que não lê com a frequência que o permitirá elevar o nível de entendimento e interpretação vai ter muitas dificuldades em compreender e dominar a matéria escolar, além das barreiras que vai encontrar a posterior por força do défice de leitura que o irá acompanhar por toda a vida.

O PLANALEITURA assume-se como um repto que o Executivo lança às crianças, aos alunos do pré-escolar, ensino primário, secundário e estudantes universitários, no sentido de fazerem prova da fase activa do processo de absorção e demonstração de conhecimentos.

É também um desafio para os pais para que não apenas incentivem os dependentes a lerem, mas também exercitem eles mesmos para que, no habitual processo de imitação, os filhos sigam.

Vale lembrar que, como defendem os especialistas, o hábito de leitura ao longo da vida também é uma forma de prevenir doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.

Fazemos votos de que a iniciativa do Executivo encontre o desejado eco nas famílias, nas escolas, nas comunidades  e que os mestres-mudo ganhem relevância porque a leitura é tão necessária quanto o pão.

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