Por conta de algum ajuste da pauta aduaneira, concretamente relacionada com a taxação dos produtos de uso pessoal, nos últimos dias, a Administração Geral Tributária (AGT) esteve, como se diz na gíria, na boca do povo. A medida gerou uma onda de insatisfação e, sendo ou não apenas a única razão, foi declarada a suspensão daquela modalidade de tributação, nova na nossa realidade.
Persigo, incessante, mais um instante para privilegiar o sossego. Para a parte maior da raça humana, pondero tratar-se da necessidade que se vai evidenciando quando a tarde eiva as objectivas da vida. Rastos de águas passadas há muito direccionam o moinho para a preciosidade do tempo.
Hoje é o dia oficialmente consagrado como o da Expansão da Luta Armada, uma efeméride que lembra a bravura de nacionalistas angolanos que, imbuídos do espírito libertador e da necessidade de se livrarem de um sistema que reduzia a maioria da população a meras ferramentas da máquina colonial, usaram de todos os meios para dizer não à colonização.
O que ocorreu no Norte de Angola, no dia 15 de Março de 1961, seguramente, evitável se as autoridades coloniais portuguesas tivessem "olhos e ouvidos” para ver os factos que tornavam inevitáveis os movimentos de autodeterminação dos povos e ouvir os sinais ligados aos ventos de mudança em todo o mundo, podia ter sido, há muito, substituído pelo reconhecimento ao self-rule em Angola à semelhança de outras colónias, que acederam pacificamente à Independência.
Como tinha aconselhado, a nacionalistas angolanos, o primeiro Presidente da Argélia e principal líder da guerra pela independência em relação à França, Mohamed Ahmed Ben Bella, sem luta armada, os colonos não deixariam Angola.
"Têm sangue árabe, são teimosos e não vão deixar o vosso país livremente”, tinha segredado Ben Bella ao líder da FNLA, Holden Roberto, segundo testemunhos daquele último, razão pela qual, apenas de armas na mão seria possível libertar Angola.
De facto, foi preciso o recurso a todos os "meios possíveis e necessários” para derrubar a colonização em Angola, razão pela qual foi, também, decisivo o papel jogado por esta data nos marcos da gesta do povo angolano.
Não há dúvidas de que se trata de um feito que precisa de ser devidamente contextualizado, ensinado às gerações mais novas e transformado em fonte de inspiração para vencer os presentes desafios que Angola enfrenta para a sua modernização. Do mesmo jeito que os nacionalistas angolanos, há mais de 60 anos, acreditaram que seria possível derrubar um empecilho à definição do seu futuro como povos independentes e donos do seu destino, hoje, precisamos de incutir a ideia de que com espírito semelhante podemos seguir em frente, honrando a memória dos que lutaram, dignificar os sobreviventes, viúvas e órfãos, bem como preservar o legado.
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LoginEm diferentes ocasiões, vimos como o mercado angolano reage em sentido contrário às hipóteses académicas, avançadas como argumentos para justificar a tomada de certas medidas no âmbito da reestruturação da economia ou do agravamento da carga fiscal.
O conceito de Responsabilidade Social teve grande visibilidade desde os anos 2000, e tornou-se mais frequente depois dos avanços dos conceitos de desenvolvimento sustentável. Portanto, empresas socialmente responsáveis nascem do conceito de sustentabilidade económica e responsabilidade social, e obrigam-se ao cumprimento de normas locais onde estão inseridas, obrigações que impactam nas suas operações, sejam de carácter legal e fiscal, sem descurar as preocupações ambientais, implementação de boas práticas de Compliance e Governação Corporativa.
A ideia segundo a qual Portugal deve assumir as suas responsabilidades sobre os crimes cometidos durante a Era Colonial, tal como oportunamente defendida pelo Presidente da República portuguesa, além do ineditismo e lado relevante da política portuguesa actual, representa um passo importante na direcção certa.
O continente africano é marcado por um passado colonial e lutas pela independência, enfrenta, desde o final do século passado e princípio do século XXI, processos de transições políticas e democráticas, muitas vezes, marcados por instabilidades, golpes de Estado, eleições contestadas, regimes autoritários e corrupção. Este artigo é, em grande parte, extracto de uma subsecção do livro “Os Desafios de África no Século XXI – Um continente que procura se reencontrar, de autoria de Osvaldo Mboco.
O Festival Internacional de Jazz, agendado para decorrer de 30 deste mês a 1 de Maio, na Baía de Luanda, tem já confirmada a participação de 40 músicos, entre nacionais e estrangeiros, e o regresso da exposição de artes visuais com obras de 23 artistas plásticos, anunciou, sexta-feira, em conferência de imprensa, no Centro de Imprensa da Presidência da República, CIPRA, o porta-voz da Bienal de Luanda, Neto Júnior.
A judoca angolana Maria Niangi, da categoria dos -70 kg, consegui o passe de acesso aos Jogos Olímpicos de Verão, Paris'2024, ao conquistar, sexta-feira, a medalha de ouro no Campeonato Africano de Judo que decorre na Argélia.
A representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Angola, Denise António, destacou, sexta-feira, em Luanda, a importância do Governo angolano criar um ambiente propício para a atracção de mais investidores no domínio das energias renováveis.
O Governo do Bié iniciou a montagem de um sistema de protecção contra descargas atmosféricas nos nove municípios da província, pelo elevado número de pessoas que morreram nas últimas chuvas, devido a este fenómeno, garantiu, sexta-feira, o governador Pereira Alfredo.
Nascido Francis Nwia-Kofi Ngonloma, no dia 21 de Setembro de 1909 ou 1912, como atestam alguns documentos, o pan-africanista, primeiro Primeiro-Ministro e, igualmente, primeiro Presidente do Ghana, mudou a sua identidade para Nkwame Nkrumah, em 1945, com alguma controvérsia envolvendo o ano de nascimento e o nome adoptado.
Em quase toda parte da cidade de Luanda, bem como em outras cidades de Angola, é comum ver mototáxis circulando. Em busca de melhores condições de vida, Augusto Kalunga viu-se obrigado a se tornar um mototaxista, superando o preconceito de familiares e amigos para garantir o sustento da sua família e cobrir outras necessidades.