A situação no continente é alarmante, com mais de 92 mil casos notificados em mais de 110 países. Em 2023, a RDC foi um dos países mais atingidos, registando 14.600 casos e 654 mortes, segundo as organizações.

Para o Professor Jean-Jacques Muyembe, virologista e co-investigador na descoberta do vírus Ébola, a urgência da situação é clara: "Muito recentemente na RDC observámos, pela primeira vez, transmissões sexuais de MPOX, e, por isso, se tomarmos esta transmissão sexual, heterossexual, avaliamos a gravidade da possível propagação da doença, nas zonas mais afectadas”.

Na luta contra a epidemia, os especialistas, reunidos no dia 13 deste mês, comprometeram-se em coordenar os esforços em diagnósticos, optimização laboratorial e investigação de vacinas. Ngashi Ngongo, chefe do Gabinete Executivo do África CDC, sublinha a necessidade de se "facilitar o reforço da capacidade de preparação e resposta para mitigar o impacto da Mpox em África e no exterior, reforçar a vigilância, a capacidade laboratorial nacional, resposta rápida à epidemia e envolvimento com as comunidades afectadas.”

A OMS também está empenhada em apoiar estes esforços, reforçando a capacidade de vigilância, a comunicação de riscos e o envolvimento da comunidade. A directora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, afirma: "Trabalharemos em muitos aspectos do assunto. Co-meçaremos a nível local, nacional e global. Estamos lá e trabalharemos com os Governos para fazer avançar esta agenda”.

Acrescentou que "cada dia conta na luta contra a varíola e há uma necessidade urgente de melhorar a eficácia da resposta a esta epidemia”. No entanto, os ministros da Saúde de 12 países africanos decidiram trabalhar em conjunto para criar um plano de acção de combate a varíola.

O plano inclui medidas para prevenir, detectar e controlar a propagação da doença, proteger as populações africanas e garantir um futuro mais seguro e resiliente para todos.