Opinião

Orgulho de Angola

Sousa Jamba

Jornalista

A Assembleia Parlamentar Conjunta da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico e a União Europeia (OEACP-UE), em Luanda, foi um evento historicamente bem-sucedido, reunindo parlamentares das regiões da OEACP e da União Europeia para promover a unidade e cooperação.

25/02/2024  Última atualização 08H44

Esta reunião inaugural foi realizada segundo o Acordo de Samoa, que visa estabelecer competências entre parlamentares de África, das Caraíbas e do Pacífico.

A Assembleia incluiu a criação de presidentes eleitos e gabinetes para cada Assembleia Regional, bem como a primeira Assembleia Africana em Luanda. Esta conquista serve como um testemunho do trabalho árduo do Secretário-Geral da OEACP, Georges Chikoti, e sua equipa em Bruxelas, que facilitaram a assinatura do acordo com sucesso.

Reunir pessoas de origens diversas, com valores, idiomas e tradições diferentes, para encontrar pontos comuns e trabalhar em prol de objectivos compartilhados, é uma tarefa desafiadora. Isso requer paciência, escuta activa, criatividade e imaginação. Trata-se de um processo de unir para explorar possibilidades e encontrar maneiras de harmonizar perspectivas e abordagens diferentes.

Essa é a essência do trabalho do Secretariado da OEACP, que permite que pequenas nações como Vanuatu tenham voz e façam a diferença numa escala maior. A força colectiva da OEACP permite que a solidariedade se transforme em acções tangíveis. O Secretariado da OEACP enfrenta o desafio de gerir uma equipa diversificada de especialistas em diversos campos, como logística, interpretação e ciência política, para realizar a visão da organização. O Dr. Georges Rebelo Pinto Chikoti tem sido muito importante na liderança deste esforço de forma eficaz.

É importante lembrar-se da importância do Acordo de Samoa, que uniu 79 nações e mais de um bilião de pessoas. Sob a liderança do Secretário-Geral, George Rebelo Pinto Chikoti, o Secretariado conseguiu criar consenso. Este acordo enfrentou objecções de alguns observadores ocidentais, que o viram como uma imposição de valores ocidentais sobre valores africanos, principalmente em áreas sensíveis como direitos reprodutivos.

A discordância, também, abordou questões relacionadas com a imigração, com algumas nações do Caribe a expressarem preocupações devido a factores sociais e mudanças climáticas. Apesar dos desafios, uma equipa de negociadores e administradores habilidosos trabalhou diligentemente para manter um espírito de negociação e unir os países para alcançar o consenso. O envolvimento de líderes como o Presidente João Lourenço, o Ministro das Relações Exteriores, Téte António, o embaixador em Bruxelas, Dr. Azevedo, e outros foi crucial para a assinatura final do Acordo de Samoa e para a realização da primeira reunião da Assembleia em Luanda, marcando uma vitória diplomática.

O belo e majestoso edifício da Assembleia Nacional de Angola simbolizou a natureza duradoura do prestígio diplomático do país, inspirando contemplação sobre o seu legado e a importância da democracia para as gerações futuras. A Assembleia proporcionou uma oportunidade para os parlamentares discutirem questões regionais e globais urgentes, com depoimentos emocionantes de alguns parlamentares do Caribe destacando as lutas históricas enfrentadas pelos seus antepassados.

A composição partidária única da Assembleia Nacional de Angola mostrou uma governança inclusiva, promovendo princípios democráticos e inspirando parlamentares de sociedades que ainda lidam com desafios pós-coloniais. A maravilha arquitectónica do prédio do Parlamento não apenas serviu como uma atracção turística, mas também demonstrou a atmosfera intelectual e política de Angola, oferecendo uma visão valiosa sobre o funcionamento do Governo e os avanços tecnológicos.

Ao longo da assembleia, os parlamentares envolveram-se em discussões profundas sobre temas como mudanças climáticas, parcerias equitativas, utilização justa de recursos, dívida, inclusão de género e desenvolvimento sustentável. O ambiente seguro e inclusivo da Assembleia Nacional de Angola fomentou conversas francas sobre as questões urgentes que afectam a África e o Sul Global, ressaltando a importância da colaboração internacional.

Foram discutidos mais do que apenas a impressionante arquitectura do prédio do Parlamento. Os parlamentares envolveram-se em conversas sérias sobre as necessidades prementes das nossas sociedades. O tema da pobreza foi prevalente, com foco em como ela impede que indivíduos em África, Caribe e Pacífico participem plenamente dos avanços tecnológicos globais, como as revoluções digitais e verdes.

A igualdade de género, também, foi ponto-chave de discussão, especialmente em relação à discriminação, ainda, enfrentada pelas mulheres. Enquanto alguns elogiaram os esforços de vários governos para capacitar mulheres em cargos políticos e influentes, ainda houve debates acalorados sobre como garantir que os jovens estejam equipados com as ferramentas necessárias para o emprego e inovação.

A ideia de desenvolvimento social não linear foi levantada, enfatizando o potencial de progresso significativo devido aos avanços tecnológicos. Além disso, destacou-se a importância de materiais críticos para a tecnologia verde, como baterias e energia solar, com um apelo para uma acção unificada nas regiões da OEACP para garantir que a exploração desses recursos beneficie as populações locais. No geral, a Assembleia estimulou um diálogo rico e impactante sobre as questões urgentes enfrentadas pelas comunidades da OEACP.

O sucesso da Assembleia, também, foi resultado da liderança do Presidente João Lourenço, apoiado pelo compromisso da presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, com o multilateralismo. A estrutura institucional sólida em Angola mostrou a poderosa sinergia entre democracia e diplomacia.

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