Em Angola, como em muitos países do mundo, o 1º de Maio é feriado nacional e costuma ser celebrado com marchas e comícios, em que se fazem discursos reivindicativos de direitos dos trabalhadores. Não é uma data qualquer.
Hoje, a nossa Nação e, particularmente, a comunidade jurídica assinala um ano da entrada em funções dos juízes de garantias, magistrado com dignidade constitucional que, entre nós, passou desde 2 de Maio de 2023 a ter a responsabilidade de salvaguardar os direitos individuais de qualquer pessoa alvo de investigação por um suposto acto criminal derivado da sua conduta.
Eu vejo com frequência a televisão de Moçambique. Porque tem debates abertos, é inclusiva e apresenta académicos que produzem comentários e entrevistas que evidenciam sabedoria e liberdade de expressão. Que me desculpem esta liberdade de pensar, mas nós dançamos bué e os moçambicanos pensam maningue.
Na semana santa, consagrada para a ressurreição de Cristo, abri a televisão moçambicana. Tinha um jovem locutor com a expressão de uma certa timidez, mas fez a pergunta a uma personalidade gigante. O líder da Renamo, que foi a oposição armada à Frelimo de Samora.
"Então, durante a vossa guerrilha morreu muita gente…”
E respondeu o presidente da Renamo:
"Por morrer uma andorinha não acaba a primavera.”
Grandessíssimo filho nem de surucucu, cobra que mata se a parte mordida não for sangrada de imediato, filho daquilo que aqui no jornal não se pode dizer e, por isso, a palavra falada ou a palavra implícita é a verdadeira para classificar este líder politico, para não dizer a quantidade de pessoas que matou usa um verso de um grande amigo meu e parceiro musical, um dos grandes cantores do mundo do seu tempo que cantava e continua a ouvir-se mesmo depois do seu passamento físico, "por morrer uma andorinha não acaba a primavera.” Carlos do Carmo deixou-nos a cantiga e uma boca de sangue e ódio profana a arte.
Estamos a falar de palavras mal/ditas que algumas viram malditas quando se faz exorcismo para afastar o demónio. Nos livros que uma seita espalha aos fins de semana por Luanda com homens engravatados e mulheres vestidas a preceito, Deus é rosado e o diabo é negro. Também nas dolorosas estátuas de Cristo na Cruz, ele é rosado, imagem triste de um homem crucificado e naquela postura. Tem religiões com símbolos diferentes como flor.
Mas vou transcrever:
Evangelhos (Marcos 16)
Logo após o nascer do sol no dia seguinte ao sabat, três mulheres, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e Salomé, foram ungir o corpo de Jesus imaginando como é que conseguiriam rolar a pesada pedra que fechava o túmulo. Porém, elas a encontraram já rolada e viram um jovem sentado no túmulo que lhes contou que Jesus havia ressuscitado e que elas deveriam contar para Pedro e os apóstolos que Ele iria se encontrar com eles na Galileia "como havia prometido”. As mulheres correram e não contaram para ninguém.
Deslumbro-me sempre com a poética dos textos religiosos.
Este ano, o Ramadão quase coincidiu com a semana santa católica, mas há protestantes que não festejam a Páscoa como os adventistas, por exemplo.
Mas, as palavras é que fazem a vida da verdade e da mentira, de cantar, chorar de alegria ou nos óbitos, ou na Nossa Senhora da Muxima.
Agora, o meu amigo artista plástico fez pinturas de bom tamanho, quase painéis e eu escrevi na base de cada um texto poético. Está bonito. Ele veio de Portugal com as telas. Precisava de um marceneiro bom para as molduras em madeira. Mestre João é meu amigo, faz tempo. Fala uma mistura de francês, quicongo e português. Quando vem fazer um serviço de madeira ou mesmo um biombo de palhinha, faz devagar e bem mas está sempre a pedir uísque porque está cansado. Mas na oficina com dois ajudantes nunca mais acaba o serviço. Apesar dos pesares, o meu amigo levou as telas e fez mestre João assinar um compromisso com datas e um adiantamento de dez mil paus.
Interpelei mestre João sobre o andamento da obra e ele respondeu com mensagem no tele: "não estou a trabalhar, através da chuva.”
Era bom que estivéssemos todos em paz, sem guerras, só "através” do amor criando abraços.
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