Opinião

Parlamentares da OEACP e União Europeia em Luanda

Sousa Jamba

Jornalista

Esta semana, em Luanda, o Parlamento Angolano vai acolher importantes parlamentares e terá várias reuniões da Organização dos Estados de África, Caraíbas e do Pacífico (OEACP). O Presidente João Lourenço é o actual líder da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da OEACP.

17/02/2024  Última atualização 07H00
De 19 a 21 de Fevereiro, parlamentares de África, Caraíbas, Pacífico e da União Europeia vão discutir questões cruciais e colaborar para serem encontradas as melhores soluções. O processo será facilitado pelo Secretariado da OEACP, cujo Secretário-Geral é o Dr. Georges Rebelo Pinto Chikoti.

A realização de conferências internacionais permite à Assembleia Nacional e a Angola como Nação, demonstrar a sua capacidade de transparência, eficiência e atractividade económica. É verdade que o mundo está interessado em investir em Angola.Para o investidor, existem várias questões-chave, incluindo a solidez das instituições administrativas - incluindo o lado legislativo do Governo.

O investimento estrangeiro é vital para o crescimento do nosso país, e a realização de tais conferências pode mostrar a nossa estabilidade e tornar-nos um destino favorável para o investimento. Estes eventos permitem-nos mostrar os nossos sistemas democráticos e abordar temas importantes como direitos humanos, transparência, juventude, mulheres e comércio internacional. Ao fazê-lo, estabelecemos padrões mais elevados e afirmamo-nos como líderes temáticos e um ponto de referência significativo no globo.

O prestígio não é apenas definido pela força militar ou vantagem tecnológica; também engloba factores como reputação democrática, direitos humanos e significado cultural. Na diplomacia, fala-se muito do poder brando - aqueles atributos que muitas vezes não são facilmente visíveis sobre uma nação. Ser uma referência nestas áreas é crucial para moldar o poder suave de um país e atrair pessoas de todo o mundo.

Ao participarmos em discussões internacionais e reunirmo-nos em torno de mesas-redondas com nações influentes, a oportunidade de moldar a agenda e advogar pelos nossos interesses torna-se mais eficaz.

Ser um ponto de referência permite-nos estabelecer conexões, ganhar influência cultural e abrir oportunidades educacionais. A representação positiva nos media,  resultante da realização destas conferências, também atrai turistas, beneficiando a nossa economia. A Suíça serve como um exemplo primordial de um país que alavancou, com sucesso, a sua reputação internacional como mediador neutro e potência humanitária.

O desenvolvimento pacífico e os valores democráticos da Noruega comandam o respeito global.

Da mesma forma, Dubai, Emirados Árabes Unidos e o Qatar aumentaram o seu prestígio através da realização de conferências. Ao sediarmos conferências internacionais podemos mostrar o nosso Parlamento relactivamente novo, impressionando o mundo e motivando-nos ainda mais a manter e aprimorar as nossas boas práticas.

A Assembleia Nacional de Angola já sediou e facilitou vários  encontros internacionais; o know-how resultante disso, para os quadros angolanos, é inestimável.

A verdade é que, lá fora, as pessoas passaram a acreditar nas nossas instituições. A influência diplomática de Angola será elevada no palco internacional. Ao sediarmos este encontro de prestígio podemos destacar o nosso compromisso com a cooperação parlamentar e a colaboração regional, solidificar a nossa posição nos assuntos globais.

O mundo está actualmente num período de mudanças rápidas e nada é como costumava ser. A dominância de duas superpotências já não é tão proeminente e, graças aos avanços tecnológicos, as sociedades podem, agora, entrar rapidamente na economia global, sem terem que passar pelas etapas tradicionais de desenvolvimento.

Isto abre novas oportunidades para países como Angola, a exemplo do surgimento da Economia Azul, que Angola pode aproveitar. Além disso, há também uma crescente corrida por minerais críticos necessários para a revolução verde, alguns dos quais podem ser encontrados nos países vizinhos como Zâmbia e República Democrática do Congo, colocando Angola no centro deste movimento.

Angola tem a oportunidade de mostrar o seu potencial inexplorado em vários sectores. O Corredor do Lobito colocará Angola no mapa como uma importante rota comercial. O país tem imensas perspectivas na agricultura, turismo, indústrias de manufactura e serviços. Mostrar estes aspectos positivos ao mundo não é apenas importante para o crescimento económico, mas também para a estabilidade.

À medida que os membros de Parlamentos de outros Estados visitam Angola e testemunham o seu lado positivo, tornam-se embaixadores confiáveis quando regressam aos seus países.

O foco global estará em Angola neste fim-de-semana e na nossa Assembleia Nacional, tornando crucial para o país destacar todos os aspectos positivos que tem para oferecer.

A presença de parlamentares das regiões da OEACP proporciona oportunidades de networking e parcerias potenciais. O diálogo, a troca de ideias e a colaboração em áreas como comércio, desenvolvimento e segurança podem fomentar o crescimento económico e o desenvolvimento para Angola. Os próximos dias, bem no coração de Luanda, serão altamente significativos para a relação entre os países da OEACP e a União Europeia!

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