Economia

Reformas com assistência dos EUA geram 125 milhões de dólares/ano

António Cruz | Washington

Jornalista

O subsecretário do Estado norte-americano do Tesouro, Jay Shambaugh, disse, em Washington, que as reformas em curso em Angola com assistência dos EUA permitiram gerar fluxos orçamentais de 125 milhões de dólares por ano, ajudando a reduzir, com sucesso, custos, riscos e gerir mais eficientemente a dívida soberana.

21/04/2024  Última atualização 08H00
Subsecretário do Estado norte-americano do Tesouro © Fotografia por: DR

Jay Shambaugh fez esta afirmação quando apresentava a visão dos EUA para dívida global e financiamento do desenvolvimento, no quadro das reuniões de Primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O subsecretário do Tesouro considerou os eventos uma oportunidade para integrar os balanços alargados das instituições financeiras com assistência técnica e liderança multilateral, a fim de progredir na sustentabilidade da dívida e no desenvolvimento sustentável.

Shambaugh falou de reformas nos sistemas de concessão e apelou o FMI a assegurar que os pacotes de alívio da dívida e o financiamento dos programas sejam proporcionais ao que os países precisam para alcançarem os seus objectivos.

O governante norte-americano referiu que os fluxos das instituições financeiras devem ser alinhados às prioridades, estratégias e planos dos países para ajudar a cultivar os recursos internos e os mercados de capitais.

O que muitas vezes acontece, disse, é que os países contraem empréstimos externos e assumem riscos de financiamento para cobrir défices orçamentais que não existiriam se fossem capazes de recolher recursos financeiros internos ao mesmo ritmo que os países desenvolvidos.

Segundo o subsecretário norte-americano, as reformas de mobilização de recursos internos também podem trazer moeda estrangeira, muito necessária, aliviando as pressões da balança de pagamentos com empréstimos em moeda forte.

Shambaugh explicou que o Tesouro dos Estados Unidos envia especialistas em gestão financeira pública para ajudar os governos em todo o mundo a reforçar a sua capacidade de angariar e gerir melhor os recursos internos, através da melhoria das receitas, do orçamento e da dívida.

"Um desses projectos em Angola gerou fluxos orçamentais de 125 milhões de dólares por ano. No mesmo espírito, prosseguiu, no ano passado, o Banco Mundial expandiu o seu apoio a reformas de mobilização de recursos internos que criaram espaço fiscal por meio de medidas de política de receita e administração. "Gostaríamos de ver outros bancos de desenvolvimento multilaterais, em coordenação com o Banco Mundial, a avançarem na mesma direcção”, exortou.

Progressos significativos

Jay Shambaugh referiu que a comunidade internacional fez progressos significativos nos últimos anos com o reforço dos instrumentos do FMI, dos bancos de desenvolvimento multilaterais, dos fundos fiduciários e dos Fundos Internacionais de Desenvolvimenrto para ajudar a evitar que o endividamento impeça os países em desenvolvimento de investir de forma ambiciosa e produtiva no desenvolvimento sustentável.

Com tal processo, explicou, um país comprometido com uma política macroeconómica sólida e com uma ambição sectorial para o desenvolvimento sustentável teria a capacidade de investir responsavelmente nas suas necessidades.

Segundo Jay Shambaugh, o FMI e o Banco Mundial poderiam restabelecer uma âncora política credível e uma via de desenvolvimento. Com isso, os credores oficiais comprometer-se-iam a conceder subvenções e financiamento concessional ao longo do caminho, juntamente com fundos de outros bancos de desenvolvimento multilaterais, maximizando o impacto destes fluxos de instituições financeiras.

Deste modo, disse, os fundos privados permaneceriam, igualmente, em alguns casos devido aos bancos de desenvolvimento multilaterais e a outras melhorias de crédito, de modo que os fundos das instituições financeiras não se limitariam a refinanciar dívidas privadas.

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