Ontem, durante a intervenção na Cimeira Extraordinária da SADC, presidida pelo Chefe de Estado João Lourenço, na qualidade de presidente em exercício da organização regional, no formato digital, o estadista angolano mostrou-se preocupado com os efeitos das alterações climáticas registadas em alguns países da região meridional de África, causados pelo fenómeno El Ninho.
A responsabilidade social corporativa deixou de ser um simples tópico de discussão teórica. É uma realidade que nenhuma empresa pode ignorar se quiser permanecer e ser relevante no mercado, nestes tempos intensos que vivemos.
Esta mudança de paradigma é impulsionada por uma confluência de factores. Por um lado, os consumidores estão cada vez mais conscientes e exigentes, procurando organizações que estejam alinhadas com os seus valores e preocupações. O processo de decisão na aquisição de um produto ou serviço mudou: já não tem na qualidade o grande critério. A imagem, reputação ou as causas sociais que as empresas e instituições defendem ou desenvolvem também são fundamentais na equação.
Por outro lado, as alterações climáticas e as crises sociais convocam-nos para a urgência de se investir em acções de responsabilidade social corporativa. Os exemplos e situações que requerem a nossa intervenção estão visíveis na sociedade. Os desastres naturais são cada vez mais frequentes, intensos, e têm agudizado a escassez de recursos essenciais.
É, neste contexto de incertezas que as empresas têm de operar actualmente. E, aquelas que insistirem em perpetuar modelos de negócio insustentáveis, poluentes e exploradores, arriscar-se-ão a ser preteridas pelas empresas consideradas "cidadãs”.
Já não é uma questão de ficarmos bem na fotografia ou de fazer umas iniciativas de caridade ocasionais para acalmar as consciências. A responsabilidade social corporativa tem de ser o ADN, o coração pulsante de qualquer organização que queira ser sustentável a longo prazo.
Um movimento que está a obrigar a mudanças em todos os sectores e geografias. Os consumidores, investidores e colaboradores de hoje exigem muito mais do que produtos e serviços. Querem saber se as empresas que escolhem ou com as quais se relacionam estão alinhadas com os seus valores para um mundo melhor.
As marcas visionárias perceberam isto há muito. Da aposta nos princípios de conservação ambiental à sustentabilidade social, económica e ambiental, há um grande número de iniciativas válidas e importantes a ter em conta. Só a título de exemplo, a instituição que dirijo, o BAI, tem, entre outros sectores na sua política de responsabilidade social, o apoio à cultura, educação, saúde e desporto, por via de uma dotação anual de 1% do produto bancário líquido referente ao exercício do ano anterior para as acções de responsabilidade social.
E, as empresas líderes nas acções de responsabilidade social corporativa estão a colher os louros desse movimento: fidelidade dos clientes, atracção e retenção de talentos, estabelecimento de parcerias estratégicas e construção de relacionamento sólido com os vários stakeholders.
Por este motivo, as empresas que ficarem ancoradas no velho paradigma do lucro a qualquer custo poderão não resistir aos novos tempos. Poderão até sobreviver mais alguns anos, mas serão cada vez mais marginalizadas, e podem desaparecer por completo.
A responsabilidade social deixou de ser uma escolha. É um requisito estratégico para qualquer negócio que queira garantir a sua licença operacional nas próximas décadas.
A grande pergunta é: que tipo de empresa querem ser? Aquelas que ficam para trás, agarradas a paradigmas insustentáveis? Ou as vanguardistas, que abraçam corajosamente um novo modelo de capitalismo consciente e regenerativo?
A decisão está nas mãos ou na atitude de cada empresa ou organização. Mas, não se iludam - o futuro pertence aos visionários.
A história está a ser escrita diante dos nossos olhos. Serão meros espectadores ou protagonistas desta nova era?
A escolha é da responsabilidade de cada um. Sendo certo que ela definirá os contornos do mundo que deixaremos para trás.
As empresas que negligenciarem esta nova realidade arriscar-se-ão a perder relevância e competitividade.
Afinal, num mundo de transparência, onde cada acção é escrutinada ao pormenor, a dissonância entre discurso e prática é rapidamente exposta e penalizada.
Luís Lélis - PCE Banco BAI
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