Opinião

Uma Jornada pelo Conhecimento

Mário Ndala

Num mundo saturado de informações e desinformações, é fascinante observar como o conhecimento tem o poder de transformar não apenas as nossas mentes, mas também os nossos corações.

21/04/2024  Última atualização 12H00

A velha máxima de que "pouco conhecimento faz com que as pessoas se sintam orgulhosas, muito conhecimento faz com que se sintam humildes”, ressoa profundamente numa sociedade que se orgulha tanto de opiniões rápidas quanto desconfia delas.

Aqueles que possuem apenas uma pitada de informação  muitas vezes sentem-se no topo do mundo, armados com o suficiente para sustentar opiniões fortes, porém, nem sempre fundamentadas. Este é o orgulho que brota da ignorância - não a ignorância total, mas aquela parcial, que conhece algo, mas não o suficiente para perceber o quanto ainda há para aprender.

Por outro lado, à medida que se aprofunda no vasto oceano do saber, começa-se a perceber a imensidão do que não se sabe. Os grandes sábios e cientistas ao longo da história muitas vezes se destacaram não apenas por seus vastos conhecimentos, mas pela capacidade de admitir as suas limitações e dúvidas. Essa é a verdadeira humildade: o reconhecimento de que, quanto mais aprendemos, mais descobrimos espaços vazios na nossa compreensão.

Essa dicotomia entre orgulho e humildade manifesta-se em inúmeras situações quotidianas. Basta observar um debate nas redes sociais, onde frequentemente as opiniões mais veementes provêm daqueles que se armam rapidamente com fragmentos de informação. No entanto, em congressos e simpósios, onde especialistas se reúnem, percebe-se uma postura mais cautelosa e questionadora, um reflexo de mentes que foram moldadas pela constante consciência da vastidão do desconhecido.

Nesta crónica, convido o leitor a reflectir sobre a sua própria jornada de conhecimento. Será que nos posicionamos como os que se orgulham do pouco que sabem, ou buscamos a humildade do muito que ainda há para descobrir? A verdadeira sabedoria, afinal, pode não estar apenas na acumulação de factos, mas na capacidade de manter a mente aberta e o coração pronto para aprender.

Ao caminharmos pelo vasto território do conhecimento, que possamos fazê-lo com a humildade dos que reconhecem as suas limitações e a coragem dos que nunca cessam de buscar a verdade. Talvez assim, possamos não apenas entender melhor o mundo à nossa volta, mas também a nós próprios.

14/4/2024

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