Política

USAID anuncia financiamento de 235 milhões de dólares a Angola

César Esteves

Jornalista

A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) planeia contribuir com mais de 235 milhões de dólares para apoiar os objectivos de desenvolvimento de Angola nos próximos cinco anos.

25/04/2024  Última atualização 09H55
Presidente da República recebeu ontem em audiência a delegação da USAID, chefiada pela administradora Samanta Power © Fotografia por: CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

A informação vem plasmada no comunicado de imprensa referente à celebração do primeiro Acordo de Objectivos de Desenvolvimento (DOAG) entre a USAID e o Governo angolano, cujo acto foi concluído ontem, com o anúncio da selecção de Angola como país prioritário para o Planeamento Familiar.

A USAID informa que a disponibilização destas verbas está inserida no quadro desta parceria. A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional já investiu, nos últimos cinco anos, no país, cerca de 255 milhões de dólares, tal como deu a conhecer, ontem, em Luanda, a administradora da USAID, Samantha Power, no final da audiência com o Presidente da República, João Lourenço, no Palácio da Cidade Alta.

"O que nos deixa extremamente entusiasmados é o facto de os esforços de combate à corrupção, que Angola tem estado a empreender, estarem a criar novas possibilidades de investimento e crescimento económico inclusivo para o país", destacou.

A primeira administradora da USAID a visitar Angola, desde 2002, Samantha Power, disse que a agência está bastante entusiasmada em trabalhar em Angola, cooperando, sobretudo, em matérias que dizem respeito ao Corredor do Lobito.

"O que a USAID vai fazer é focalizar-se em melhorar o nível de vida das populações que habitam ao longo do Corredor, que serão os beneficiários imediatos do desenvolvimento da infra-estrutura em transporte", realçou Samantha Power, para quem a agência está muito esperançosa em relação aos benefícios que o Corredor do Lobito vai proporcionar, de forma extensiva, aos angolanos.

"O que estamos a fazer, tanto aqui em Luanda quanto em Benguela, é transmitir, de forma pessoal, a mensagem que o Presidente Biden transmitiu ao Presidente João Lourenço, aquando da sua ida à Casa Branca, de que a parceria entre os EUA e Angola é mais importante do que qualquer outra parceria a nível africano", realçou.

Em relação à audiência com o Presidente João Lourenço, Samantha Power adiantou que a mesma foi muito frutífera e enquadra-se na sequência das visitas realizadas ao país por Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, e Lloyd Austin, secretáriobde Defesa dos Estados Unidos da América.

EUA promete investir biliões de dólares

Além de Samantha Power, a delegação americana integra, também, o sub-secretário de Estado norte- americano para a Gestão e Recursos, Richard Verma. Ao falar à imprensa, na mesma ocasião, Verma disse que a sua presença em Angola visa desbloquear áreas adicionais de cooperação, tais como a saúde, infra-estruturas e educação, no sentido de incentivar o investimento privado. "De tal forma que possamos trazer biliões e biliões de dólares em potenciais negócios nos meses e anos por vir", ressaltou Verma, acrescentando que o Governo norte-americano está comprometido e emocionado em relação aos frutos vindouros dessa nova era das relações entre os dois países. "A nossa relação está a crescer de forma forte e cada vez mais forte", assegurou.

Expansão do Projecto Mulheres na Agricultura

A administradora da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional vai deslocar-se, hoje, à província de Benguela, para proceder ao lançamento da expansão de 5 milhões de dólares ao Projecto Mulheres na Agricultura Angolana (WAF) da USAID, que abrange aquela província, Huambo e Bié, que fazem parte do Corredor do Lobito.

Este projecto, de acordo com uma nota da Embaixada dos Estados Unidos da América em Angola, a que o Jornal de Angola teve acesso, demonstra a importância do desenvolvimento agrícola para a sustentabilidade do Corredor do Lobito, destacando o papel da USAID em garantir que os investimentos no Corredor produzam benefícios equitativos para as comunidades circundantes. "Anunciar a expansão do WAF, para as três províncias que contêm o Corredor do Lobito, além da província do Cuando Cubango, demonstra que a USAID está a garantir que os investimentos no Corredor apoiem o principal objectivo de desenvolvimento de Angola, que é a diversificação económica, por meio de nosso apoio ao sector agrícola e atraindo investimento privado para a região", lê-se na nota.

A actividade WAF é uma parceria público-privada que capacita comunidades rurais a melhorar os meios de subsistência e aumentar a sua segurança alimentar, capacitando as mulheres como líderes no sector agrícola.

A actividade, segundo a USAID, está a quebrar barreiras económicas, sociais e culturais enfrentadas pelas mulheres angolanas, que as impedem de realizar o seu pleno potencial para contribuir para a prosperidade da comunidade. A iniciativa vai capacitar mais de 20 mil mulheres angolanas para ter sucesso como produtoras em menor escala no sector agrícola, aumentando, deste modo, a produtividade e conectando-as a compradores maiores.

A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) é um órgão do Governo dos Estados Unidos encarregado de distribuir a maior parte da ajuda externa, seguindo as directrizes do Departamento de Estado americano. Maior agência de desenvolvimento bilateral do mundo, a USAID surgiu, em 1961, com a assinatura do Decreto de Assistência Externa, pelo então Presidente John Kennedy, unificando, assim, diversos instrumentos assistenciais dos Estados Unidos. A USAID actua como um reforço à política externa dos EUA, cooperando com os países receptores nas áreas de economia, agricultura, saúde, política e assistência humanitária.

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