Em Angola, como em muitos países do mundo, o 1º de Maio é feriado nacional e costuma ser celebrado com marchas e comícios, em que se fazem discursos reivindicativos de direitos dos trabalhadores. Não é uma data qualquer.
Hoje, a nossa Nação e, particularmente, a comunidade jurídica assinala um ano da entrada em funções dos juízes de garantias, magistrado com dignidade constitucional que, entre nós, passou desde 2 de Maio de 2023 a ter a responsabilidade de salvaguardar os direitos individuais de qualquer pessoa alvo de investigação por um suposto acto criminal derivado da sua conduta.
Ao iminente cientista e pensador alemão, Albert Einstein (1879-1955), é reconhecida a seguinte frase: "Eu temo o dia em que a tecnologia ultrapasse nossa interacção humana, e o mundo terá uma geração de idiotas". Ou seja, ele previra que o desenvolvimento das tecnologias poderia converter o ser humano em pateta, tolo ou estúpido.
Em verdade, nos tempos modernos, somos todos testemunhas da aproximação desta conversão. Está-se a perder a noção do que é correcto e do que é errado nas Redes Sociais e, quiçá, nas relações humanas.
Nas Redes Sociais constata-se, em alto nível, a insensatez, insanidade, irracionalidade e insensibilidade de muitos internautas (dados oficiais revelam que Angola tem hoje 11 milhões de usuários de Internet, o que representa uma taxa de 33% da população).
Confirma isso mesmo a seguinte caracterização, geralmente predominante ou frequente, dos conteúdos publicados nas Redes Sociais:
Exposição de segredos pessoais, segredos bancários e do Segredo do Estado; Divulgação ou devassa de vida privada, sem interesse público; Publicação de imagens íntimas de outrem ou de si próprio; Falsificação de identidade; Superficialidade nas análises, inclusive de assuntos públicos sérios; Atribuição de importância ao que é, indiscutivelmente, supérfluo; Divulgação de inverdades, maldades e inutilidades; Expressão de vontade deliberada de injuriar, difamar e caluniar, denegrindo a reputação e o bom nome e imagem alheia; Expressão gratuita de sentimentos negativos como a inveja, rancor, ódio e incitação à violência; Produção de julgamentos antecipados, incompetentes e não autorizados; Falta de compaixão ante o sofrimento e dor alheia; Feitura de comparações do incomparável; Publicação de morte de pessoas ainda vivas; Produção de humor sem graça; Etc.
Estas e outras características dos conteúdos de muitas publicações nas Redes Sociais evidenciam, claramente, a falta de sensatez, sanidade mental, racionalidade e sensibilidade. Contudo, o que acontece nas Redes Sociais talvez seja, de algum modo, reflexo do próprio comportamento social das pessoas, que também demanda melhoria.
Entretanto, não se pode dizer que as Redes Sociais têm sido apenas palco de discursos e atitudes negativas.
Por exemplo, a partir delas têm sido feitas denúncias importantes e produzidas informações de interesse público. Ainda assim, as Redes Sociais e a Internet em geral, em nossa modesta opinião deveriam exercer, entre outras, boas funções, servindo para aumentar a cultura geral, partilhar conhecimentos e experiências, e educar as pessoas sobre a saúde preventiva, a física e desportiva, a divulgação de valores morais e cívicos, ambientais, a realização de cursos técnicos profissionais de distintos níveis e especialidades, o desenvolvimento de negócios por via da Internet, música, artes e ofícios, sobre empreendedorismo e inovação, a economia doméstica, os direitos humanos, divertimento/entretenimento, etc.
Se os internautas se debruçassem nestes domínios estariam a contribuir para a formação de bons cidadãos e para o desenvolvimento de uma sociedade sã.
Os chamados influenciadores digitais, recorrendo a verdadeiras técnicas de pedagogia e de persuasão, prestariam bom serviço público se enveredassem nesta direcção.
Enfim, agindo deste modo, cremos que ainda seja possível evitar que o nosso mundo tenha, predominantemente, uma "geração de idiotas", como receava Albert Einstein.
*Licenciado em Ciências Sociais e em Gestão de Empresas
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LoginTrinta e dois anos depois do estabelecimento das relações diplomáticas, Angola e Coreia do Sul voltam, como que a ser desafiadas não apenas a dar prova da excelência dos laços, por via do reforço das ligações já existentes, mas também a descobrir novas áreas de interesse comum.
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