Cultura

Arlindo Isabel defende a criação de políticas mais inclusivas no país

Dumilde Manuel

O director da Mayamba Editora, Arlindo Isabel, defendeu, em Luanda, a criação de políticas mais detalhadas e direccionadas não apenas para as escolas, mas também para a sociedade, em geral, no contexto do Plano Nacional de Leitura em Angola.

25/04/2024  Última atualização 14H20
Editor quer que os livros produzidos cheguem aos leitores © Fotografia por: EDIÇÕES NOVEMBRO

Arlindo Isabel, que falava, segunda-feira, durante o Processo de auscultação pública sobre o Plano Nacional de Leitura 2024-2027, ressaltou que o actual plano precisa ser mais inclusivo e eficaz na promoção da literatura e da educação cultural no país.

O director da Mayamba Editora enfatizou a ausência de um plano, argumentando que o actual documento não oferece uma abordagem abrangente para promover a literatura e a educação cultural. "Existe a necessidade de políticas mais detalhadas e dirigidas não apenas às escolas, mas também à sociedade em geral”.

Um dos principais pontos levantados por Arlindo Isabel foi a dificuldade na produção e distribuição de livros em todo o país, sendo importante garantir que os livros produzidos em diferentes regiões cheguem aos leitores sem alterações de preço, exigindo um compromisso do Estado e uma revisão das políticas fiscais relacionadas ao sector.

"Um verdadeiro Plano Nacional de Leitura deveria ir além de simples directrizes para as escolas, abrangendo políticas que envolvam toda a sociedade e incentivem a participação activa no universo da leitura”, disse.

Valorização da Literatura Nacional

Arlindo Isabel ressaltou a importância de valorizar a literatura nacional e a necessidade de incluir autores e obras angolanas nos currículos escolares e na bibliografia de referência. "A literatura não apenas reflecte a identidade e o imaginário cultural de um país, mas também contribui para a formação de uma cidadania mais instruída e consciente”.

Além de apontar os desafios, o responsável apresentou propostas para impulsionar o desenvolvimento do sector do livro em Angola, sugerindo a criação de bibliotecas comunitárias e livrarias de proximidade, bem como a alocação de fundos de aquisição para garantir que as bibliotecas públicas e escolares tenham acesso a uma ampla variedade de obras.

Colaboração entre Instituições

O director da Mayamba Editora destacou a importância da colaboração entre instituições governamentais, como o Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas (INICC) e o Ministério do Comércio, para colectar estatísticas sobre a produção de livros no país e promover a divulgação da bibliografia nacional. "A necessidade de maior transparência e cooperação para impulsionar o desenvolvimento do sector”.

 

 

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